O trabalhador brasileiro foi homenageado nesta quinta-feira (4) em sessão solene na Câmara. O evento foi marcado por discursos fortes e contundentes em protesto ao desmonte dos direitos trabalhistas que o governo Temer e sua base aliada estão patrocinando desde que assumiram o comando do País ilegitimamente.
“Esta sessão é em defesa de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que estão tendo os seus direitos ameaçados e retirados com essas reformas (Trabalhista e Previdenciária) que estão em curso no Parlamento”, afirmou o deputado Vicentinho (PT-SP), um dos autores da homenagem.
Vicentinho, que preside na Câmara a Frente Parlamentar Mista em defesa da Classe Trabalhadora, destacou que a população brasileira vive um dos piores momentos, com fortes ataques em seus direitos sociais e trabalhistas. “Entregaram o pré-sal, congelaram gastos com saúde e educação, aprovaram a maldita terceirização indiscriminada para qualquer empresa e, pior, querem rasgar a CLT e impedir que o trabalhador se aposente”, criticou.
O deputado do PT paulista acrescentou ainda que os trabalhadores não aceitaram essas reformas e já estão na luta para derrota-las. Ele citou o sucesso da greve geral do dia 28 de abril, destacou que a Reforma da Previdência só passou pela comissão especial porque o governo trocou deputados que estavam constrangidos de votar nessa proposta “tão perversa”, e afirmou que o texto não passará na apreciação em plenário. “Aqui os deputados não terão como fugir da sua responsabilidade, terão que colocar a sua digital a favor ou contra os trabalhadores”.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) fez uma homenagem especial às taquígrafas da Casa e às trabalhadoras domésticas – recentemente foi o dia dessas duas categorias. Falando em nome da Bancada do PT, a deputada desejou que a Reforma Trabalhista, já aprovada pela Câmara, seja rejeitado pelo Senado. “Que as vozes das ruas impeçam que o Senado cometa esse crime”, ressaltou.
Benedita da Silva disse que a reforma proposta pelo governo Temer faz com que várias categorias de trabalhadores voltem à estaca zero nas suas conquistas. “São reformas que tiram direitos, que faz com que voltemos à senzala, voltemos para o trabalho informal, o famoso bico”, lamentou.
Com as reformas, avaliou Benedita, o brasileiro vai trabalhar mais e receber menos. “Com as mudanças na lei trabalhista rasgou-se a CLT, rasgou-se a Constituição, o trabalhador ficou impedido de recorrer à Justiça Trabalhista, o poder econômico do patrão é maior do que o trabalhador individual, já que o negociado prevalecerá sobre o legislado. Por isso, essa sessão é também de protesto, de denúncia. Está em jogo a segurança nacional, porque este será um País de desempregados, de pessoas passando fome. Fomos reduzidos a um Brasil de biscateiros”, lamentou a deputada. Ela encerrou afirmando que o PT está junto com os trabalhadores na luta pela manutenção de direitos.
Participaram da sessão solene trabalhadores de várias categorias; estudantes; representantes da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e dos procuradores e juízes do trabalho; e de centrais sindicais como CUT e CTB.
Vânia Rodrigues