O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu nesta terça-feira (8), a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados para fazer um balanço dos trabalhos no primeiro semestre legislativo e dialogar sobre as prioridades do ministério para os próximos meses.
O ministro agradeceu aos parlamentares do PT e aproveitou para elogiar os líderes Zeca Dirceu (PT-PR) e José Guimarães (PT-CE), respectivamente líderes do PT na Câmara e do Governo, pela articulação junto à base de apoio do governo Lula, que resultou na aprovação de matérias estratégicas para o País.
Fernando Haddad destacou a aprovação histórica da Reforma Tributária e o papel do PT, em especial do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) – coordenador do grupo de trabalho da Reforma Tributária -, pelo diálogo e construção junto a um conjunto expressivo de setores sociais, além dos governos estaduais.
Redução taxa de juros
Haddad falou ainda das expectativas e projeções positivas para o próximo período a partir do novo cenário político, social e fiscal, com destaque para o início da redução da taxa de juros pelo Banco Central.
Já para o líder Zeca Dirceu, a taxa Selic ainda segue como uma “taxa criminosa” e a “mais alta do planeta” (13,25%), numa referência aos juros reais. “Os 2 novos membros do Banco Central escolhidos por Haddad e pelo presidente Lula, foram decisivos para que o Brasil começasse a sair do que continua sendo uma taxa criminosa e a mais alta do planeta, que trava o emprego, a renda, o crescimento do País”, afirmou o líder do PT, ao fazer referência ao novo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda; e o funcionário público Ailton Aquino, que assumiu como diretor de Fiscalização. A dupla participou da decisão do colegiado do BC, que levou a Selic a sair de 13,75% para 13,25% ao ano.
Reforma Tributária
Haddad elencou também as prioridades para este semestre, como a segunda etapa da Reforma Tributária, a votação final do novo Regime Fiscal Sustentável – já com as contribuições do Senado -, bem como a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do PPA.
Sobre a segunda etapa da Reforma Tributária, o líder Zeca Dirceu conversou com os jornalistas e adiantou que é preciso cobrar mais dos bilionários.
Ele destacou que a reunião com o ministro Haddad mostrou que o governo está aberto ao diálogo e trabalha intensamente para aprovar as medidas necessárias ao crescimento do Brasil, entre elas a segunda fase da Reforma Tributária.
Para Zeca Dirceu não é justo que um país desigual como o Brasil siga taxando os pobres com uma carga tributária proporcionalmente superior à dos bilionários.
“A bancada falou muito. A gente até abre mão de taxar os ricos. A bancada disse que abre mão até de taxar os milionários, o que não dá é para um país como o Brasil, com tanta desigualdade, continuar sem taxar sequer os bilionários, que pagam muito pouco. Eu acho que isso tem sintonia com o que pensa o governo e, inclusive, o Congresso”.
O líder do PT disse que haverá medidas nesse sentido, sendo preciso, primeiro, vencer as matérias em debate (a Reforma Tributária, o novo regime fiscal e o PL do Carf). Zeca ressaltou que a taxação dos bilionários (os chamados “super-ricos”) se faz necessária porque 1% da população concentra entre 50% e 60% da renda do País.
Diálogo constante
Zeca Dirceu aproveitou o encontro para elogiar a atuação do ministro Haddad e da equipe do Ministério da Fazenda, pelo diálogo com a Bancada do PT, com os líderes da base no Congresso Nacional e com a direção da Câmara e do Senado.
Medidas provisórias
As medidas provisórias encaminhadas pelo governo federal ao Congresso igualmente foram lembradas pelo ministro e pelo líder Zeca Dirceu. Todas as MPs foram aprovadas graças à articulação política do governo, também sob a coordenação do líder do governo, José Guimarães.
O ministro da Fazenda enalteceu o diálogo do governo com as bancadas do legislativo. Foram inúmeras reuniões, encontros, seminários onde se debateram temas como a Reforma Tributária, arcabouço, discussões sobre as medidas provisórias dos programas Mais Médicos; Bolsa Família; Minha Casa, Minha Vida; bem como a valorização do salário mínimo e a aprovação do projeto do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
Os parlamentares petistas também apresentaram sugestões da bancada ao governo. Ao final foram entregues dois documentos da bancada ao ministro Haddad, um trata do apoio ao campo e à agricultura familiar, e outro solicita apoio aos produtores de leite, por meio da prorrogação dos prazos dos financiamentos.
Carlos Leite, com agências