O governo de Jair Bolsonaro é um governo de destruição que tem como inimigos centrais a cultura, a educação e a ciência, analisa Fernando Haddad. “E por quê? Porque são três áreas que exigem criatividade, independência, que buscam o novo, a inovação, o aperfeiçoamento. E Bolsonaro não consegue conviver com a liberdade, com a capacidade criativa do ser humano. Para ele, tudo que cria, tudo que é independente, causa temor”, afirma o ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma Rousseff.
A análise é feita em conversa com o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado federal Bohn Grass (RS), em programa na TvPT transmitido nesta semana em que se comemora, na próxima sexta-feira (15), o Dia do Professor (assista à integra abaixo). E o projeto de destruição da educação e da ciência ocorre todos os dias, lembra Haddad, citando o mais recente ataque: o corte de 90% dos recursos para pesquisa feitos pela base governista no Congresso a mando do governo Bolsonaro.
“Bolsonaro não gosta de ser chamado de negacionista. Mas ele negou a gravidade do coronavírus, negou a vacina e agora nega recursos para os nossos cientistas pesquisarem em todas as áreas do conhecimento”, recorda Haddad. “Se esse ministro, o astronauta (Marcos Pontes), tiver o mínimo de juízo, ele sai do governo. Nenhum ministro antes dele sofreu tamanha humilhação”, completa.
Também ex-prefeito de São Paulo, Haddad compara o esforço empreendido durante os governo do PT com a destruição em curso neste momento. Ele lembra que Lula foi o presidente que mais investiu no setor, da creche à pós-graduação, e os números estão aí para provar. O orçamento da área mais que triplicou ao longo dos governos Lula e Dilma, indo de R$ 30 bilhões para R$ 100 bilhões. Com isso, o índice de crianças de 0 a 3 anos em creches foi de 9% para 30%, e a taxa de alunos oriundos das escolas públicas nas universidades federais chegou a 68%.
Resgate do PNE
Hoje, todas as iniciativas estão sendo desmontadas, denuncia Haddad. “Este ministro da Educação (Milton Ribeiro) é um ignorante completo. Primeiro ofendeu as crianças com deficiência, dizendo que elas atrapalham. E agora disse que o Brasil tem universidades demais, quando, na verdade, somos o país da América Latina que, proporcionalmente, tem menos jovens na universidade. Imagine como estávamos antes do Lula… Nós conseguimos chegar a mais de 8 milhões de universitários, mas para termos um número adequado, precisaríamos chegar a 12 milhões.”
Dessa forma, assim como ocorrerá em todas as áreas, depois que o Brasil se livrar de Jair Bolsonaro, a educação precisará ser reconstruída. E o primeiro passo é recusar o Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado pelo governo Dilma Rousseff, mas ignorado após o golpe de 2016. “Devemos resgatar o Plano Nacional de Educação e suas metas. E a principal delas é a valorização do magistério. Sem professor de qualidade, valorizado, bem formado, você não tem educação de qualidade. Quem faz a qualidade da educação é o professor”, defende Haddad.
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