A Câmara dos Deputados realizou sessão solene nesta quarta-feira (13) em homenagem aos 50 anos da morte do escritor mineiro João Guimarães Rosa. O autor do requerimento para a homenagem, deputado Patrus Ananias (PT-MG), explicou a importância do escritor, que inovou ao retratar a vida do sertanejo em suas obras, citando a mais importante: Grande Sertão e Veredas. “Ele é dono de uma das obras mais importantes da literatura brasileira e mundial. Suas obras são ricas em originalidade e verdade, relembram as lutas, os medos e o amor”, ressaltou.
“Há muitos anos eu sou leitor e admirador da obra universal do Guimarães Rosa. Nós descobrimos alguns caminhos através das suas reflexões existenciais, filosóficas” explicou Patrus. O parlamentar relembrou que o escritor, poucas horas antes de morrer, em 1967, cinquenta anos atrás, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras disse: “Mas o que é o pormenor da ausência, faz diferença? Choras, o que não devias chorar. O homem desperto, nem pelos mortos, nem pelos vivos se enluta. As pessoas não morrem, ficam encantadas, e a gente morre é para provar que viveu”. Guimarães seria indicado para o prêmio Nobel de Literatura.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que participou da homenagem, relembrou que Guimarães Rosa tinha compromisso com um Brasil esquecido e mostrou em suas obras a coragem do povo brasileiro. “ Nosso povo sempre carregou marcas na pele e na alma de tantos pelourinhos e casas grandes. E, através de Guimarães Rosa, a história do nosso povo ganhou vida e força e percorreu o mundo inteiro através de suas palavras”, contou.
Em seu discurso, o deputado Adelmo Leão (PT-MG), lembrou que as obras de Guimarães Rosa são como a Bíblia, todas as vezes que lemos nós aprendemos coisas novas. “ Em um pequeno parágrafo de sua obra Sertão Veredas, ele diz algo que é extremamente atual, nos ensina que a vida quer de nós coragem. É disso que precisamos. Estamos vendo a nossa soberania sendo colocada em xeque, onde é instalado todos os dias um golpe contra o Estado democrático de direito”, disse.
Presente na homenagem, Evandro Guimarães, presidente da Academia Familiar de Letras João Guimarães Rosa, emocionado lembrou dos feitos de seu primo. “ Ele deu um novo significado para o arcadismo, ou palavras de pouco uso, mesclou e criou novas palavras e formas de se expressar. Através de Guimarães Rosa o linguajar sertanejo ganhou o mundo”, explicou.
Guimarães Rosa foi escritor, diplomata, novelista, contista e médico.
Layla Andrade – estagiária