Acuado no propósito de aprovar a Reforma da Previdência (PEC 287/16), o governo ilegítimo de Michel Temer tenta, desta vez, enfiar goela abaixo da classe trabalhadora o projeto de lei (PL 4302/98) que institucionaliza a terceirização no Brasil. Para barrar essa tentativa, o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), reuniu-se nesta terça-feira (21) com representantes de centrais, confederações e associações sindicais para traçar estratégia de combate a mais esta sanha golpista. “Estabelecemos orientações que são exatamente de não permitimos a votação desse projeto, que é uma crueldade”, anunciou Guimarães.
“Ele desregulamenta tudo. É uma violência contra o trabalhador do serviço público e do setor privado. Ele aniquila com a nossa CLT, grande conquista da classe trabalhadora. Por isso, vamos fazer de tudo para barrar esse projeto. Não há necessidade de votar às pressas essa proposta”, alertou o líder da bancada de oposição.
Observou Guimarães que o empresariado pressiona os congressistas para que projetos de interesse do setor sejam votados no Congresso Nacional. Na sua avaliação, os trabalhadores precisam também pressionar para manter seus direitos. “O Temer faz tudo e não está nem aí para nada. Quem precisa de voto somos nós deputados e precisamos mobilizar o país para que não acabem com nossa querida carteira profissional. Eles querem enterrar nossa CLT”, lamentou o líder oposicionista.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, o governo, ao perder o debate da Reforma da Previdência, acelera o projeto da Reforma Trabalhista (PL 6787/16) e tira das “catacumbas” o projeto de lei 4302 que regulamenta a terceirização e precariza as relações do trabalho.
“A aprovação do projeto significará demissão”, sentenciou Freitas. “Porque os bancos, por exemplo, vão manter o contrato de um bancário que tem um convenção coletiva cheia de benefícios se ele pode demitir todos e contratar uma empresa terceirizada ?”, questionou Freitas. Ele explicou que a terceirização vai fazer com que que os trabalhadores ganhem metade do salário e metade dos benefícios e trabalhe duas vezes mais.
O presidente da CUT disse que as centrais estão mobilizadas para impedir o atropelo do governo em relação a esse tema fundamental aos trabalhadores brasileiros. “Sabe o que vai acontecer se votarem o PL 4302? Nós vamos denunciar todos como traidores da classe trabalhadora. Vamos colocar a carinha de todos nos postes, em outdoors, nas placas de ônibus, na internet, nas redes sociais do país inteiro. Vamos estampar a cara de vocês para o mundo e vocês não vão se eleger”, alertou Freitas.
Participaram da reunião representantes da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), Intersindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço (Contracs) e Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
Benildes Rodrigues
Foto: Carlos Leite