Guimarães: Ou o Congresso reage ou será conivente com malfeitos da Lava Jato

O deputado José Guimarães (CE), líder em exercício da Bancada do PT, afirmou na tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (17), que o PT não irá abrir mão da denúncia da subversão da ordem institucional do Brasil que foi perpetrado pelo então Sérgio Moro e a Operação Lava Jato. “Quem tem compromisso com o Brasil deveria estar discutindo aqui neste Parlamento o tamanho das violações que foram divulgadas a partir de um juiz que comandou a Operação Lava-Jato, fazendo tudo ao arrepio da lei, da Constituição e das mais comezinhas regras que devem orientar o comportamento de qualquer magistrado”, criticou.

Na avaliação do líder Guimarães, qualquer magistrado, ao analisar um processo, como juiz da causa, a ação dele se funde num princípio fundamental previsto no nosso ordenamento jurídico brasileiro, que é o princípio da imparcialidade. “E o juiz Moro quebrou tudo isso. Eu nem vou falar do Dallagnol (procurador Deltan Dallagnol), porque esse aí, segundo informações, já o abandonaram”, ressaltou.

Guimarães lembrou que a Constituição de 1988 foi fundada no princípio do Estado Democrático de Direito. “E nós não podemos aceitar silentes aquilo que foi feito em nome do combate à corrupção. Combater a corrupção é um dever ético de todos nós na vida pública”, ensinou, destacando que ninguém deu mais poderes aos órgãos de controle do que os governos Lula e Dilma”.

Instalação da CPMI

O líder em exercício criticou ainda aqueles que defendem a investigação daqueles que supostamente hackearam os celulares e de quem está trazendo a público as revelações – jornalistas do site The Intercept Brasil – e, que não podem investigar aqueles que patrocinaram tudo isso. “Formaram um verdadeiro aparato político para preservar o senhor Ministro da Justiça (Moro), que não deveria estar mais lá, porque ele, como juiz da Lava-Jato, patrocinou um verdadeiro conluio, em nome do combate à corrupção, para penalizar e sacrificar aquilo que para nós é central: o Estado Democrático de Direito. Não podemos, portanto, ficar silentes a isso”, reforçou.

Para Guimarães, as gravações revelam algo muito assustador para o Brasil e para a democracia brasileira. “Não tem como colocar minimamente a democracia brasileira nos trilhos se não repuser aquilo que foi uma subversão completa da ordem democrática, patrocinada por Moro e Dallagnol. E se amanhã acontecer isso com alguém de nós? O que está em discussão nesta Casa não é polarização entre Bolsonaro e PT. O que está em discussão neste momento aqui é se o Congresso Nacional ficará silente ou se terá coragem de instalar a CPMI que está na Ordem do Dia aqui dentro uma proposta encaminhada pelo PDT, para a qual nós estamos colhendo assinaturas?”.

Guimarães conclui desafiando o Congresso a não pode ficar silente diante de tamanha armação feita contra o Estado Democrático de Direito. “Ou nós agimos aqui ou o silêncio será a conivência com tantos malfeitos dessa Operação Lava-Jato”.

Vânia Rodrigues

 

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