O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), usou a tribuna nesta terça-feira (19) para fazer uma avaliação do trabalho da Oposição em 2017 e convocar o povo brasileiro para os grandes embates de 2018. “Nós teremos dois grandes desafios. Primeiro: não deixar ser votada essa maldita PEC 287 da Reforma da Previdência. A outra batalha é o julgamento do presidente Lula no dia 24 de janeiro, em Porto Alegre. Nós todos estaremos lá. É um convite que faço, independentemente de qualquer disputa. O que está em jogo é a democracia, é a justiça. O que está em jogo é o direito que o presidente Lula tem de ser candidato”, afirmou.
Sobre o balanço de 2017, Guimarães avaliou que foi um ano marcado por grandes enfrentamentos no Plenário Ulysses Guimarães. “Vivemos aqui momentos de enfrentamento com o da apreciação das denúncias contra o presidente ilegítimo Michel Temer. Foram momentos importantes e, mesmo no calor das divergências, sempre prevaleceu uma coisa importante entre nós: o respeito mútuo e a construção coletiva”, destacou.
O líder Guimarães frisou também que 2017 foi um ano de muitas vitórias. “Se tivemos derrotas, as vitórias foram mais importantes nessa construção coletiva. Elas consolidaram a Oposição, consolidaram o Fórum dos Movimentos Sociais, consolidaram a guerra democrática que fizemos aqui dentro. E, nós saímos mais forte para pacificar o País naquilo que é fundamental para nós: não permitir a votação de nenhuma matéria que retire direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiras.
Agradecimentos – Além de agradecer os líderes e parlamentares da oposição, Guimarães aproveitou para saudar as centrais sindicais, a entidades como a Anamatra, a UNE, e a Ubes. “Em vários momentos, nós estivemos juntos na defesa de duas questões centrais: a democracia e os direitos que estavam sendo rigorosamente suprimidos nas disputas das votações que tivemos aqui dentro”, ressaltou.
O País, na avaliação do líder da Maioria, sai marcado profundamente com uma questão que é central: a supressão de direito. “É claro que a Reforma da Previdência não foi votada, não foi votada porque o governo não tinha voto, nem será votada em 2018 porque o governo não terá votos para aprovar essa reforma. Foi uma vitória importante, mas é só o começo de uma luta que tem que continuar já a partir do início de fevereiro”, alertou.
Convívio democrático – Guimarães fez questão de exaltar o convívio democrático que teve com o conjunto da Casa, no diálogo e na negociação, “sempre pautando pela coerência, mas principalmente dialogando e construindo em posições coletivas que deram à Oposição um lugar de destaque na Casa e no plenário.
“Eu termino o ano de 2017 dizendo que foi um aprendizado, porque eu estou na política e a cada ano (…), a cada momento nós aprendemos aqui dentro. Eu quero dizer que da Liderança da Minoria eu sai com maior aprendizado, sai maior, em função das grandes disputas que nós travamos neste ano de 2017. E saio evidentemente, neste final de ano, feliz, porque nesta Casa, mesmo quando nós fomos derrotados, nos mantivemos de pé, e o País sabe exatamente que cumprimos com aquilo que o povo brasileiro espera de nós, que é estar sempre pautando a nossa atuação política aqui dentro em sintonia com os interesses maiores do povo brasileiro”.
Nova eleição – Sobre as expectativas para 2018, o líder José Guimarães disse que a Oposição vai estar ainda mais fortes. “Vamos estar mais preparados e mais temperados para a luta, até porque será o encontro do País com a democracia. Nós vamos ter talvez o ano mais decisivo das nossas vidas, em que vai estar em jogo a democracia, quando nós teremos uma nova eleição. Qualquer caminho que não seja este, o da eleição livre e democrática, nós não aceitaremos”, avisou.
E encerrou agradecendo a colaboração dos aliados do campo democrático e o respeito que recebeu dos adversários. “Vale a pena fazer política, e fazer política da forma com que nós fazemos: com transparência, com grandeza, sabendo o papel de cada um de nós. O Parlamento sai maior e a Oposição teve um papel de destaque. Sou eternamente grato pelo o que fizemos juntos. Eu gosto da política e deste Parlamento. Nada vai diminuir a necessidade da recuperação da política. E é aqui que eu quero estar em 2018, com todos vocês para continuar fazendo valer o direito dos trabalhadores”.
Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara