O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), comemorou hoje (14) a reconciliação do Vaticano com Cícero Romão Batista, o Padre Cícero. “Trata-se de uma vitória de todos os brasileiros, em especial os milhões de nordestinos devotos do Padre Cícero aos quais eu me somo neste momento”, afirmou José Guimarães.
A reabilitação de Padre Cícero foi anunciada pelo Vaticano no domingo (13), por intermédio de carta lida pelo bispo diocesano da cidade do Crato (CE), Dom Fernando Panico. A carta é assinada pelo cardeal Pietro Cardeal Parolin, Secretário de Estado do Vaticano.
O líder José Guimarães foi recebido pelo papa Francisco no dia 22 de julho de 2013, no Rio de Janeiro, para tratar da reabilitação do Padre Cícero. O Sumo Pontífice participava da Jornada Mundial da Juventude.
Relíquias – Além de uma carta solicitando a reabertura do processo de reabilitação, Guimarães entregou ao papa três relíquias de Padre Cícero: uma estátua, um terço e uma publicação com a vida de Padre Cícero narrada em versos.
O deputado disse que naquele dia pôde perceber a receptividade do papa em relação ao pleito que ele levou em nome dos fiéis do Cariri e de todo o Nordeste. “A impressão é de que a reabilitação do Padre Cícero seria uma questão de tempo; o papa foi atencioso e acolhedor, nos recebeu sorrindo e agradeceu a nossa solicitação”.
Guimarães lembrou que, mesmo tendo recebido do Vaticano o título de clérigo insubordinado, Padre Cícero sempre teve milhões de devotos. Anualmente, cerca de dois milhões de romeiros visitam Juazeiro do Norte para renovar seus votos e sua crença.
Dívida histórica – Na carta entregue ao Papa, José Guimarães argumentou que o Brasil tinha uma dívida histórica com o “Padim Ciço”, como é chamado pelo povo . “Ele é uma referência da religiosidade cearense e nordestina e teve um legado umbilicalmente ligado à Igreja, sempre fazendo a opção pelos simples e pelos pobres. Sabedores que Vossa Santidade tem um vínculo muito forte com a justiça social, aguardamos ansiosos uma sinalização positiva a respeito do tema”, escreveu.
Padre Cícero morreu em 1934, sem a conciliação com a Igreja Católica após o caso conhecido como “milagre da hóstia”, no final do século XX. Segundo a crença popular, a hóstia dada por padre Cícero virou sangue na boca de uma beata Maria de Araújo. Segundo o bispo Dom Joaquim, o “santo popular”, interpretou de forma equivocada a teologia e a Bíblia. Por conta desses “equívocos”, ele foi afastado da igreja católica.
“Com o perdão e reconciliação, fica entendido que padre Cícero na verdade não errou. Todas as punições foram suspensas. A igreja entendeu que a pregação de padre Cícero estava no caminho certo e por isso a devoção a ele continuou crescendo durante todos esses anos”, disse o chanceler da Diocese do Crato, Armando Lopes.
Equipe PT na Câmara, com agências