Em um ato político recheado de emoção, de histórias e de esperança para comemorar os 39 anos do PT, o grito por Lula Livre ecoou forte no Congresso Nacional nesta quarta-feira (13). E, mesmo encarcerado injustamente em Curitiba, a mensagem do ex-presidente Lula, maior líder de esquerda deste País e um dos principais fundadores do partido, chegou ao coração dos líderes partidários, parlamentares, militantes e movimentos sociais, que lotaram o auditório Nereu Ramos da Câmara.
Em vários vídeos históricos, Lula falou da importância do PT e lembrou que “podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da primavera”.
O ato, além de comemorar a vida longa do partido que mudou para melhor a vida de milhões de brasileiros, serviu para reafirmar o compromisso de união das esquerdas para enfrentar o momento difícil que o País vive. O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), destacou que Lula, mesmo sem poder ser visto e ouvido pelos brasileiros, continua com energia e esperança, com o olhar para o Brasil, para o futuro. “Ele sabe o seu papel na história e espera que nós também possamos compreender o nosso papel, a nossa tarefa e os nossos desafios”.
Pimenta reforçou que o presidente Lula espera do PT que “possamos ter a coragem, a determinação e a ousadia de unirmos a esquerda e aqueles que querem lutar pela democracia para que, juntos, possamos resistir a esse momento”.
“Se o presidente Lula não pode percorrer esse País, fazendo as caravanas, vamos fazer nós, vamos fazer aquilo que o próprio Lula pediu: ser o coração, a voz e as pernas dele”, desafiou Paulo Pimenta. E é isso, segundo o líder, que o ex-presidente espera e acrescentou: “Ele espera que nós possamos retomar essa capacidade de organização do partido e do projeto que nós representamos para resistir a esse momento, mas sem perder a capacidade de continuar semeando a esperança de um mundo diferente, com justiça social, com democracia, com soberania, porque este é o legado. Esta é a razão da existência do PT”, completou.
Lula livre antes da comemoração dos 40 anos
Outro grande desafio apontado pelo líder do PT é a mobilização pela libertação do ex-presidente. “Não vamos abrir mão de ter Lula em nossa festa de 40 anos, mas muito antes disso, esperamos ter o presidente aqui conosco”, afirmou Pimenta. Ele lembrou que nesses 39 anos, esta foi a primeira celebração na qual o Lula não pode participar.
“Por isso, hoje é o dia de reafirmarmos o compromisso, a esperança, os sonhos e as lutas. E eu tenho certeza de que cada um de nós vai dar o melhor de si para darmos conta das tarefas que a conjuntura exige. Vamos levantar a nossa bandeira e dizer aos quatro cantos desse País: Lula livre!”, pediu o líder do PT.
O PT ousou, sonhou e chegou aos 39 anos de vida
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que era simbólico comemorar o aniversário do partido no Congresso porque foi de uma visita de Lula e de um grupo de sindicalistas a parlamentares, em 1978, que se concretizou a ideia de criação do PT. “Lula percebeu que não existia aqui deputados dispostos a defender a classe trabalhadora e se convenceu da necessidade de fundar um partido para representar o povo trabalhador”.
Gleisi citou que o PT também foi gestado nas ruas, no movimento sindical, nos movimentos populares, de um grupo de homens e mulheres que ousaram sonhar e que sempre se colocaram ao lado daqueles que eram injustiçados. “E o PT nasceu dessa luta e nessa luta ficou. Muito antes de chegar a governos já eram suas bandeiras afirmativas as lutas ao lado das mulheres, da população negra, da população indígena, da população LGBT. O PT nunca teve medo de enfrentar nada ao lado dos movimentos sociais, dos sem-terra, ao lado dos agricultores, daqueles que eram explorados, e foi dessa história bonita que o PT surgiu, por isso a gente tem que ter muito orgulho desse partido”, lembrou.
Não fomos financiados por magnatas internacionais
Segundo a presidenta do PT, muitos não acreditavam que era possível fundar um partido nessas bases. “Mas nós ousamos, teimamos, e chegamos aqui”, destacou. Gleisi alertou que tem gente que acha que pode exterminar o PT. “Nós não fomos gerados no submundo da internet e nem fomos financiados por magnatas internacionais. Não viemos da superficialidade, e não somos filhos do ódio e do preconceito! Nós somos filhos do amor, do compromisso que nós temos com a humanidade!”.
Gleisi ainda mandou um recado: “aqueles que acham que vão nos exterminar, esperem sentadinhos. Nós somos madeira que cupim não rói, e nós vamos estar de pé para enfrentar vocês! Portanto, prender Lula – fazendo essa maldade com um grande líder – não vai prender a nossa história. Vamos perseverar, e nós temos um desafio e um compromisso com o povo brasileiro, de, na unidade dos nossos partidos, dos partidos de esquerda, na unidade dos movimentos progressistas e democráticos, na unidade das lutas populares, enfrentar isso que tá aí”.
Além de militantes, líderes partidários, parlamentares do PT e do PCdoB, participaram do ato o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino e a secretária de relações institucionais do PSOL, Berna Menezes. Também estavam presentes representantes das embaixadas da Rússia, da Bolívia e da Palestina, representantes do MST, do Cimi, da Associação de Trabalhadores pela Reforma Agrária, das centrais sindicais, CUT, CTB e InterSindical.
Assista o vídeo na íntegra dos 39 Anos do PT:
Vânia Rodrigues