Gripe A: Temporão afirma que não há motivo para pânico e critica banalização do uso do Tamiflu

temporao_1O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta terça-feira (11), em comissão geral na Câmara, que não há motivo para o pânico criado em torno da gripe A (H1N1). “O País não ganha nada com o clima de alarmismo, de pânico. A população não precisa disso”, ressaltou. Ele garantiu que o ministério está agindo de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que o governo está atendendo “com folga” a demanda da população. Temporão informou que o ministério já entregou aos estados 392.621 kits de tratamento completo.

Temporão também considerou como “irresponsável a banalização” do uso do medicamento antiviral Tamiflu. “Essa é uma medida perigosa, uma vez que o vírus pode apresentar resistência ao remédio”, alertou. O ministro explicou que o Brasil não está usando outro medicamento, além do Tamiflu, no combate ao H1N1, porque na época em que os remédios foram comprados o Zanamivir (nome comercial Relenza) não tinha registro no País. “Agora o Zanamivir está sendo guardado de forma estratégica, caso o Tamiflu deixe de ser eficaz”.

O ministro disse ainda que o Ministério da Saúde receberá até o final de agosto 800 mil kits de tratamento completo que serão repassados imediatamente aos estados e municípios. Até março de 2010 estarão disponíveis mais 9 milhões de kits de tratamento completo. “Estamos preparados, temos estoques estratégicos e matéria prima”, afirmou. Temporão acrescentou que o remédio é gratuito para todas as pessoas que dele necessitam.

Mortes – O ministro citou as 192 mortes registradas no Brasil em decorrência da nova gripe e disse que a taxa de mortalidade, de 0,09, é menor que a taxa de 0,14 verificada nos Estados Unidos. A taxa é elaborada levando-se em conta o número de mortes por 100 mil habitantes.

Do total de mortes no Brasil, 28 foram de mulheres grávidas. Por outro lado, lembrou o ministro, outras 107 gestantes que tiveram a gripe foram curadas. “Além disso, 30% das gestantes que morreram tinham pelo menos um fator de risco adicional, como hipertensão arterial”, acrescentou Temporão.

Grupo de Risco – O ministro explicou que estão no grupo de risco da gripe A principalmente portadores de doenças respiratórias, gestantes, crianças menores de cinco anos, pacientes imunodeprimidos e cardiopatas. Ele enfatizou que 43% dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave causada pelo vírus H1N1 apresentam pelo menos um fator de risco.

Vacina – Em outubro o Instituto Butantan começará a produzir a vacina contra a gripe A . Mas o ministro adiantou que será necessário também comprar doses da vacina de laboratórios, uma vez que a produção inicial não será suficiente para atender a demanda. Ele enfatizou que o Brasil é o único país da América Latina que tem condições de fabricar a vacina. Segundo o presidente da Fundação Butantan, Isaias Raw, que também participou a comissão geral, o processo para produção da vacina para a nova gripe é muito semelhante ao utilizado para a vacina contra a gripe comum.

Desafios – O principal desafio no momento, segundo o ministro Temporão é lidar nos estados com o aumento da demanda por atendimento médico. “A conduta do ministério, dos governos estaduais e municipais deve ser focada na educação e na orientação”.

Vânia Rodrigues

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