Gráfica de tucana fez panfletos anti-PT; Ferro defende apuração rigorosa

04-05-10-ferro-D1A Polícia Federal apreendeu ontem (17), por determinação da Justiça Eleitoral, cerca de 1 milhão de panfletos que pregam voto contra o PT. A gráfica que imprimia os panfletos pertence à irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi.

Arlety Satiko Kobayashi é dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda, localizada no Cambuci, na capital paulista. A empresária é filiada ao PSDB desde março de 1991, segundo registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O ministro do TSE Henrique Neves concedeu liminar para a apreensão dos panfletos atendendo a representação do PT para apuração de crime de difamação. O partido também pede investigação sobre quem pagou a impressão do material.

Para o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), o caso deve ser apurado e as sanções aplicadas com todo o rigor da lei, pois evidencia “a associação de organizações de caráter político e religioso numa campanha suja contra o PT e a candidatura de Dilma”. Ferro chamou a atenção que o episódio evidencia o envolvimento da candidatura de José Serra com a extrema direita do país, incluindo organizações de caráter medieval como a TFP (Tradição, Família e Propriedade).

Responsável pelo contato com a gráfica, Kelmon Luís de Souza afirmou que encomendou 20 milhões de panfletos em nome da diocese de Guarulhos (SP) e que o dinheiro para a impressão veio de “doações pesadas de quatro ou cinco fiéis”.

Para Ferro, é lamentável que o bispo da diocese de Guarulhos, dom Luis Gonzaga Bergonzin, seja suspeito de participar da armação contra Dilma, com mentiras e falsidades, com o objetivo de ajudar a campanha tucana. “Os fatos revelam que setores da Igreja Católica perderam a noção de seu papel religioso e acabam se desqualificando perante a sociedade “, disse.

Ferro ainda lamentou que a Igreja, que tomou posições progressistas com religiosos como dom Hélder Câmara e dom Pedro Casaldáliga hoje abrigue religiosos que participam de uma campanha suja contra o PT e a candidatura Dilma.

O PT quer uma apuração rigorosa sobre a responsabilidade pelos panfletos que estavam sendo impressos na gráfica. O autor do material usou o nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para assinar o texto, que aponta intenção da petista e do presidente Lula de legalizar o aborto por meio do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH). A carta, intitulada “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, é a mesma que circulou no último dia 12 por igrejas do interior paulista e de Minas Gerais e seria distribuída em missas no domingo (17).

O bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, é o o mesmo que gravou vídeo pedindo que não se vote em Dilma.

Já a campanha de Dilma entrou com duas representações junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira argumenta que se trata de uma propaganda eleitoral que oculta tal intenção. A segunda pondera que recursos financeiros provenientes de entidades religiosas não podem ser usados na confecção de material político.

Equipe Informes, com agências

 

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