Graça Foster reafirma que Pasadena foi negócio “potencialmente bom”

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FOTO: GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

A presidente da Petrobras, Graça Foster voltou a defender nesta quarta-feira (30), em audiência na Câmara, a posição adotada pelo Conselho de Administração da estatal que aprovou, em 2006, a compra de 50% da refinaria de Pasadena (EUA). Ela reafirmou que o negócio era “potencialmente bom” e que o baixo retorno verificado nos dias atuais, poderá ser revertido total ou parcialmente.

“A avaliação de desempenho de negócio de Pasadena, até 2008, era potencialmente bom. Porque, nas condições econômicas da época, com as margens de refino absolutamente relevantes, eram potencialmente econômicas porque faríamos o Revamp (renovação do parque de refino) da refinaria para processar o petróleo pesado e nós não fizemos”, relatou Graça Foster.

Graça Foster relatou que os investimentos na refinaria foram de US$ 685 milhões e que as perdas registradas no valor de US$ 530 milhões podem ser recuperadas total ou parcialmente se houver melhora das margens de refino, aumento de consumo de derivados e novos projetos de investimento. Em relação a esse último item, ela adiantou que a Petrobras pretende fazer investimentos na refinaria entre US$ 20 a 30 milhões ou até valor superior a este.

Ela fez questão de esclarecer que a origem dessas perdas decorreram  da falta de aplicação do projeto de renovação da refinaria que previa o aumento de 100 para 200 bpd na capacidade de produção de Pasadena.

“O que levou a essa perda, logo depois da aquisição, foi que nós não fizemos o Revamp de 100 mil barris. O projeto que a Petrobras pagou, que a empresa valorizou junto a Astra, não foi realizado. Nós não realizamos o projeto e não capturamos a margem”, lamentou.  

Além disso, a presidente da Petrobras acrescentou outros dois fatores que contribuíram com as perdas registradas pela companhia: queda da margem do refino e a queda no consumo de derivados. Segundo ela, Só nos EUA, desde 2008 até hoje, são menos de um milhão de barris consumidos por dia.

Cláusulas A presidente da Petrobras explicou que o resumo executivo que serviu de base para que o Conselho de Administração da Petrobras aprovasse a compra da refinaria, não fazia referência às cláusulas Put Option (cláusula de saída) e Marlim. A primeira estabelece as condições de saída da sociedade de um dos parceiros, em caso de divergência.

Já a cláusula de Marlim estabelecia que se a rentabilidade da refinaria de Pasadena e da trading, ao final de cada ano de operação fosse maior que 6,9%, não haveria nenhuma contrapartida para a Astra. Essa cláusula não foi aplicada porque não foi feito o projeto de ampliação da refinaria.

O deputado José Guimarães (PT-CE), que se pronunciou em nome da bancada, disse que a oposição deveria reconhecer a “transparência” e o “bom propósito”  com que a presidente da Petrobras debateu o tema. “A senhora não esconde nada. Fala tudo sobre a Petrobras e esclarece a compra de Pasadena. Com isso, a senhora protege a empresa que no passado quiseram vender. A senhora está fazendo um beneficio extraordinário à República brasileira prestando esses esclarecimentos ”, elogiou Guimarães.

VEJA AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA

Benildes Rodrigues

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