O Governo Revolucionário da República de Cuba se posicionou rejeitando o golpe de estado parlamentar e reforça que “não foi apresentada nenhuma evidência de delitos de corrupção nem crimes de responsabilidade” e que golpe constitui um ato de “desacato à vontade soberana do povo que a elegeu”. (El Gobierno Revolucionario de la República de Cuba rechaza enérgicamente el golpe de estado parlamenta rio-judicial que se ha consumado contra la Presidenta Dilma Rousseff)
O Governo da República Oriental do Uruguai afirmou, em nota, que seguiu com atenção os processos políticos e judiciais no Brasil, “que culminaram com a decisão do Senado de destituir a presidenta eleita legitimamente pelo povo brasileiro”. O governo uruguaio afirma, ainda, que considera “uma profunda injustiça” o afastamento de Dilma Rousseff.
O Governo da Venezuela condenou categoricamente o golpe de Estado consumado no Brasil, afirmando que um governo legítimo, eleito por 54 milhões de votos, foi substituído de forma ilegítima, violando a Constituição e alterando a democracia no país. “As oligarquias políticas e empresariais, que em aliança com fatores imperiais consumaram o Golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff, recorreram a artimanhas jurídicas sob a forma de crime sem responsabilidade para chegar ao poder da única maneira que lhes é possível: a fraude e a imoralidade”, declaram, em carta do Ministério das Relações Exteriores.
O Governo do Equador enviou nota de repúdio, afirmando que fatos recentes no Brasil “representam sério risco para a estabilidade de nossa região e constituem um grave retrocesso na consolidação da democracia, que custou tanto esforço e sacrifício dos nossos povos”.
No documento também afirma que julgamento da Presidenta, que chamam de “espúrio”, “não cumpriu o requisito fundamental de provar que a mandatária tivesse cometido delitos de responsabilidade”. E que o Governo do Equador “não pode passar por cima do fato de que um número importante dos que decidiram pelo processo de juízo político da Presidenta estão sendo investigados por grandes atos de corrupção”.
O presidente do Equador Rafael Correa se manifestou também através de suas redes sociais, chamando a destituição de Dilma de “uma apologia ao abuso e à traição”, enfatizando que chamará de volta o embaixador do país por não concordar com essas práticas, que lembram as horas mais obscuras da história da América. E declarou solidariedade a Dilma, Lula e todo o povo brasileiro.
O Estado Plurinacional da Bolívia expressou solidariedade através de nota do Ministério de Relações Exteriores e condenou o que chamou de “atentado contra os processos democráticos da América, que desconhece a vontade do povo expressa no voto popular”. Na nota, destacam que o processo foi consumado por um grupo de senadores que, em sua maioria, estão sendo processados por corrupção e fez um chamado a todos os países da região a rejeitar os golpes de estado “suaves”, sob risco de debilitar a institucionalização da democracia por oposições incapazes de conseguir votos necessários para vencer uma eleição.
O presidente Evo Morales divulgou através de sua conta no Twitter sua solidariedade à presidenta Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula. “Condenamos o golpe parlamentar contra a democracia brasileira”, afirmou, acrescentando que está chamando de volta o embaixador do país.
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner postou em suas redes sociais uma mensagem sobre o que chamou de “golpe institucional: uma nova forma de violentar a soberania popular” e lamentou que a América do Sul esteja de novo sob domínio da extrema direita. E manifestou solidariedade, dizendo: “Nosso coração está junto ao povo brasileiro, Dilma Rousseff, Lula e os companheiros do PT”.
O partido Podemos, da Espanha, enviou mensagem manifestando solidariedade e dizendo que seu compromisso com a democracia se mantém firme: “temos claro uma máxima que deixa pouca margem à interpretação. Na democracia, os mandatos se ganham e se trocam nas urnas”. A entidade europeia afirmou que a presidenta Dilma Rousseff foi vítima de um “golpe de estado institucional colocado em marcha há uns meses”.
A nota ainda destaca que o golpe foi dado pela direita e que o Brasil, com os governos Lula e Dilma, assumiu um papel fundamental em nível internacional.
A Bancada Progressista do Parlamento do Mercosul (Parlasur) expressou seu total repúdio “ao Golpe de Estado concretizado contra a companheira Presidenta Dilma Rousseff por parte de setores oligárquicos, conservadores e reacionários do Brasil”.
Em nota, manifestaram solidariedade e apoio à presidenta Dilma, e em seu nome ao conjunto do povo brasileiro e lamentam: “Não tem mais democracia no Brasil. Foi subtraída por um grupo de parlamentares corruptos e juízes que não estão do lado da justiça”.
Para a bancada, processo representa um golpe político contra o Mercosul, “como processo de integração regional que se propôs a conseguir o desenvolvimento de nossos países”. E afirma: “Desmantelar a integração é sem dúvida um dos objetivos centrais dos golpistas e governos de direita da região”.
Por fim, a bancada faz um chamado às forças de esquerda da região para apoiar o retorno à democracia no Brasil.
O presidente da Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina e Caribe (COPPPAL), Manolo Pichardo, manifestou preocupação e indignação diante do golpe parlamentar contra a presidenta Dilma. “O que aconteceu no Brasil é parte da trama que defini como ‘plano Atlanta’, por ser nessa cidade americana onde, em 2012, se desenhou a estratégia regional destinada a destituir os governos progressistas da América Latina”.
A Secretaria de Relações Internacionais da Frente Amplio de Costa Rica divulgou nota onde condena destituição de Dilma Rousseff, declarando que considera a mesma Golpe de Estado; desconhece a legitimidade do Senado, que tem dois terços de investigados por atos de corrupção; reconhece a integridade e coragem da Presidenta, que durante esse processo manteve sua atitude de confrontar diretamente seus acusadores, deixando bem claras as verdadeiras intenções golpistas.
Também declara que desconhece a legitimidade de Michel Temer, a quem chama de usurpador. “Seu governo é um golpe de Estado, e como tal não deve ser reconhecido pela comunidade internacional”, afirmam.
A Frente afirma esperar que o Governo da Costa Rica “atue de acordo com a sua tradição de respeito à democracia” e chame seu embaixador para prestar contas; e que este não volte enquanto Michel Temer esteja no cargo de forma ilegítima.
Expressaram profunda preocupação diante “daquilo que parece estar se convertendo em uma tendência na América Latina por parte da direita conservadora, oligarquia e neoliberal”. E comparam o que aconteceu hoje com Dilma Rousseff aos processos de golpe contra Mel Zelaya em Honduras, em 2009 e Fernando Lugo no Paraguay, em 2012.
Também aproveitaram para reiterar sua amizade e solidariedade ao Partido dos Trabalhadores e “disposição para estarmos juntos na luta pela democracia”.
O Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), que tem sede na Argentina, divulgou nota onde chama a destituição de Dilma Rousseff de “uma das maiores infâmias da história democrática da América Latina” e manifesta “seu mais veemente e enfático repúdio ao golpe de Estado consumado no Brasil”. O conselho encerra com uma mensagem de pesar, mas chamando para a luta: “Hoje é um dia de luto para o Brasil e para toda a América Latina. Amanhã será um dia de luta. Defenderemos a democracia de qualquer maneira”.
O Partido Unidad Revolucionaria Nacional Guatemalteca (URNG) rechaçou o golpe de estado executado por 61 integrantes do Senado contra “a legítima presidenta Dilma Rousseff, eleita soberanamente por mais de 54 milhões de cidadãs e cidadãos brasileiros”.
“Os governos progressistas do PT, encabeçados por Lula e Dilma, tem sido um obstáculos aos vorazes interesses dos grandes centros internacionais de poder sobre os bens naturais do Brasil e de sua pretensão hegemônica no continente (…) O Brasil conquistou uma saída da pobreza e da extrema pobreza para mais de 70 milhões de brasileiros e brasileiras”.
Agência PT de Notícias
Foto: Lula Marques