O Estado do Paraná, governado pelo tucano Beto Richa (PSDB), enfrenta uma crise financeira e política sem precedente na sua história, resultado “da má gestão e de gastos irresponsáveis”, na avaliação dos deputados Zeca Dirceu (PT-PR) e Enio Verri (PT-PR). “Os erros da administração, o descontrole de gastos e o excesso de recursos destinados à publicidade, além dos apadrinhamentos políticos quebraram o estado, prejudicando principalmente o setor educacional”, criticou Zeca Dirceu. Ele destacou que a greve dos professores mantém fechadas as mais de 2 mil escolas da rede pública de ensino estadual, impedindo os alunos de começarem o ano letivo.
O deputado Enio Verri explicou que a paralisação começou com os professores da rede oficial do estado, que tiveram benefícios suspensos, o pagamento do 13º salário de 2014 atrasado, além do corte de servidores temporários da rede de educação. “Mas a paralisação já atinge outros setores como as universidades estaduais e o Detran. E o caos deve aumentar com a paralisação de outras categorias do funcionalismo, uma vez que há informações de que a folha salarial de fevereiro está em risco”, alertou Verri.
Tanto Zeca Dirceu, como Enio Verri afirmam que o descontrole de gastos e os erros na gestão tucana veem sendo denunciados há muito tempo. “Infelizmente o Beto Richa foi reeleito com a complacência da mídia, que recebia muito recurso da propaganda desproporcional do governo”, lamentou Zeca Dirceu.
Enio Verri lembrou que o descontrole financeiro quebrou o Paraná ainda no segundo ano do primeiro mandato de Beto Richa (2011-2014). “E quebrou por irresponsabilidade mesmo pois, no período, a arrecadação do estado cresceu 26% acima da inflação, enquanto os gastos públicos cresceram 53%, também acima da inflação”. O petista acrescentou ainda que além da crescente arrecadação o governo federal fez fortes investimentos em infraestrutura e programas habitacionais no estado. “O que confirma os equívocos da gestão tucana”, frisou Verri.
Pacotaço – Na avaliação de Zeca Dirceu e Enio Verri, o pacotaço que, entre outras mudanças, concede o direito ao executivo de utilizar R$ 8 bilhões do Paranaprevidência, não é a saída para o caos financeiro do Paraná. “O dinheiro pode até ajudar a cobrir o rombo da irresponsabilidade do governo tucano mas, em dois anos, com o jeito tucano irresponsável de governo, o estado estará quebrado outra vez”, criticou Verri.
Zeca Dirceu alertou que o uso dos recursos da Paranaprevidência poderá prejudicar as futuras aposentadorias do funcionalismo. “Para sair da crise o governo precisa é garantir os direitos dos servidores, corrigir rumos de gestão, acabar com o desperdício, reduzir gastos com publicidade e demitir os seus apadrinhados políticos”, afirmou Zeca Dirceu.
Medidas – Em dezembro de 2014 o governo do Paraná adotou medidas que afetaram os preços de medicamentos, gasolina, material escolar, roupas, móveis e eletrodomésticos. O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) também subiu de 2,5% para 3,5%.
Em fevereiro o governo enviou o pacotaço à Assembleia Legislativa, afetando diretamente os trabalhadores do estado ao fixar o teto da previdência estadual em R$ 4.600. O pacote, que foi retirado depois que os professores entraram em greve, determinava também o fim do auxílio-transporte para os professores durante as férias ou afastamento, alterava as regras da retirada de licença e reduzia o número de professores temporários de 29 mil para 10 mil, além de cortar o anuênio salarial da categoria.
Vânia Rodrigues