Governo Temer acabou, afirmam líderes da oposição

Os principais líderes de oposição na Câmara dos Deputados afirmaram, nesta terça-feira (27), em entrevista, que as denúncias encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o governo ilegítimo de Michel Temer, que se abancou no Palácio do Planalto, são graves e botam fim ao reinado do golpista à frente da Presidência da República.

“É ladeira abaixo, um governo que tem 5% de aprovação, segundo as últimas pesquisas, não reúne condições políticas de governar o Brasil. Acabou. É um governo que está no seu fim, mas não quer reconhecer. O gesto de grandeza era a renúncia”, afirmou o Líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE) que adiantou que os partidos de oposição decidiram não votar nenhuma matéria enquanto Temer não sair.

“Votar medida provisória como se nada estivesse acontecendo no país? Isso não aceitamos. Nossa ação é marcar firme no plenário, discutir, obstruir -, usar todos os instrumentos que temos para impedir que eles deem um clima de normalidade. O que o país está vivendo não é normal”

Observou Guimarães que o país assiste estarrecido à série de atos ilícitos praticados por aquele que era para zelar pelo país. “Em função da gravidade das denúncias e daquilo que o país está assistindo, não tem como continuar esse governo. Ele já foi, ele caiu, não há condições políticas, morais, econômicas e nem sociais de continuar”, reiterou Guimarães.

Avaliou o líder da Minoria que quando o STF encaminhar a denúncia para análise da Câmara, a base aliada não teria elementos para continuar dando sustentação a um governo que já está totalmente esfacelado.

“Quando a coisa vai ladeira abaixo, ninguém segura. É igual a um rio quando transborda e vem uma tromba d’água e foi essa tromba d’água que caiu sobre esse governo. Então, na hora que houver a votação em plenário, não tenho dúvidas de que Temer não terá voto suficiente para barrar essa denúncia”, disse Guimarães.

Na mesma linha, o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) acrescentou que “qualquer deputado que tenha algum tipo de ligação com a sua base, com o seu estado, com a sua região, ficará em dificuldade para se posicionar contrariamente à abertura desse processo”.

Salientou Zarattini que os parlamentares terão que explicar em seus estados os motivos que os levaram a apoiar um governo que está chafurdado na lama. “Como explicar apoio a um presidente da República que tem uma acusação pesada de corrupção, que tem feito tantos malefícios ao povo brasileiro e que tem entregado o país? Então, eu acredito que teremos a maioria necessária para abrir um processo e isso vai acontecer independentemente de ser de situação ou de oposição”, apontou.

A líder do PC do B, deputada Alice Portugal (BA) também sustentou a mesma avaliação. “Devemos aceitar a denúncia. Este plenário deve votar pelo acatamento da denúncia”, analisou. Ela acrescentou que não é possível que se “faça de conta que o Brasil está na normalidade quando, na verdade, nós estamos numa completa falta de perspectivas acerca dos rumos do país”.

Já o vice-líder do PDT, deputado Dagoberto Nogueira (MS) acrescentou que Michel Temer  perdeu a condição de governar o país. “Eu acredito que ao chegar esse pedido nesta Casa, os parlamentares não vão ter como votar contra a possibilidade de investiga-lo”, afirmou.

Benildes Rodrigues

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