Governo quer “nacionalizar” benefícios da Copa do Mundo para reduzir desigualdades

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O esforço do governo brasileiro na organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 não se restringe a dar condições para o País realizar as duas competições, mas se volta, sobretudo, a deixar uma herança positiva ao Brasil. A intenção de prover esse legado foi detalhada na tarde desta terça-feira (9) pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, durante audiência pública realizada pela Comissão e Turismo e Desporto, para que ele apresentasse ao colegiado o plano de trabalho do seu ministério.

Aldo disse que o governo planeja “nacionalizar” os benefícios da Copa e das Olímpiadas, com foco para reduzir desigualdades entre as diversas regiões do País. O ministro ressaltou que perseguir essa meta significa ajudar a criar uma infraestrutura nas áreas mais carentes. “Não basta realizar os dois eventos e ficar apenas nas comemorações. É preciso pensar na herança que eles poderão deixar para o País”, afirmou Aldo Rebelo.

O ministro rebateu a análise de alguns críticos acerca da suposta inadequação de escolher como sedes da Copa cidades como Manaus (AM) e Cuiabá (MT), que estão distantes dos grandes centros políticos e econômicos do País. Aldo argumentou ser incongruente imaginar que a região amazônica, que representa 60% do território brasileiro, poderia ficar fora da Copa, assim como é incorreto pensar que a região mato-grossense, que abriga um bioma único em todo o mundo (o pantanal), poderia ser excluída do evento. “Se quiséssemos, seria possível realizar a Copa apenas em São Paulo, em Minas Gerais ou no Rio de Janeiro, mas dessa forma não seria uma Copa no Brasil”, justificou.

Sobre os gastos públicos com os dois eventos, o ministro reiterou que, com relação à Copa do Mundo, o governo disponibilizou empréstimos para a construção dos estádios, concedidos mediante garantias. Explicou ainda que a infraestrutura para o evento está sendo provida por meio da antecipação de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que seriam realizadas futuramente independentemente da realização da competição mundial. “Não são gastos com a Copa, são investimentos previstos”, argumentou.

De forma semelhante falou das ações de segurança pública que, embora realizadas com foco no evento esportivo, serão perpetuadas como benefícios à população. Também citou as consequências positivas para as cidades que, apesar de não sediar jogos, vão acolher as seleções para treinamento. “Essas cidades receberão investimentos do governo para melhoria dos seus equipamentos públicos, que ficarão igualmente como legado”, completou.

Em sua fala, o ministro desmistificou ainda a ideia de que a realização de uma Copa do Mundo por um país exigiria uma capacidade incomum do seu governo e da sua população. “Vamos realizar a 20ª Copa, e ela não tem mistérios. Ela exige muito trabalho, mas não requer um dom especial nem uma capacidade de decifrar segredos”, disse.

Ao responder perguntas dos deputados da comissão, Aldo Rebelo tratou de assuntos como infraestrutura aeroportuária, prazos para entrega de obras, acessibilidade para pessoas com deficiência, preço de estádios e controle de gastos pelos órgãos competentes.

Para o deputado Vicente Cândido (PT-SP), membro da comissão, o ministro Aldo Rebelo demostrou estar focado no seu trabalho e ser dotado de expertise para realizá-lo. “Ele chamou todos à responsabilidade de fazer esses dois grandes eventos e ressaltou a necessidade de se instituir políticas esportivas mais estruturantes. Cada um fazendo a sua parte, o Brasil cumprirá bem o seu papel”, disse o parlamentar.

PT na Câmara 

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