O deputado Henrique Fontana (PT-RS) ocupou a Tribuna nesta terça-feira (7) para uma avaliação das primeiras três semanas do governo temporário e ilegítimo de Michel Temer. De acordo com Fontana, o governo golpista de Temer “tem mostrado ao Brasil o preço negativo que a nossa democracia e a nossa economia pagarão por um período, que espero seja o mais curto possível”.
Para o parlamentar petista, o governo golpista está perdido e apresenta à sociedade a “conta” do grande acordão parlamentar que “viabilizou” o golpe parlamentar. “É incrível! Em três semanas, dois ministros caíram por envolvimento com corrupção. Hoje, sabemos das notícias. Não conhecemos a peça inteira assinada por Rodrigo Janot mas, praticamente, toda a cúpula do PMDB teve solicitada, pelo Procurador-Geral da República, a sua prisão”, disse.
Na opinião do deputado Henrique Fontana, o governo golpista de Temer se revelou em pouco tempo ser um governo elitista e machista. “É incrível. Como é que alguém consegue explicar que, mesmo interinamente, alguém assuma a Presidência da República do Brasil, no ano de 2016, e não encontre uma única mulher competente para ser ministra de Estado. E mais, alguém ascende temporária e ilegitimamente ao poder e não encontra um único negro competente para ser ministro num País onde praticamente a metade da população é negra. É um governo elitista, machista, racista e que corta ministérios em diversas áreas de alto interesse popular”, protestou.
Henrique Fontana afirmou que pelas primeiras iniciativas o governo Temer será “muito” curto. “Em três semanas conseguiram fazer tanta coisa errada estrategicamente, independentemente de questões de opinião político-partidária. Não há um governo neste grau de instabilidade política. Não adianta dizer que tem maioria no Parlamento. Tem maioria porque fez um grande acordo para construir a derrubada de um governo legítimo. Um acordão para colocar um ilegítimo na Presidência e entregar cargos para pessoas que compuseram esse acordo. Isso não é uma estabilidade real”, finalizou o petista.
Gizele Benitz
Foto: Salu Parente/PT na Câmara
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