Governo ilegítimo de Michel Temer carregará para sempre as digitais de Eduardo Cunha, afirma Fontana

Fontana GustavoB

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) denunciou hoje (13) no plenário da Câmara a tentativa dos golpistas de descolar o governo ilegítimo de Michel Temer da “contaminação” inicial do processo de impeachment fraudulento que carrega as digitais do deputado agora cassado Eduardo Cunha. Vã tentativa, segundo avaliação do petista. “Temer e Cunha são sócios na história partidária, sócios no golpe e, portanto, Temer sempre carregará a ilegitimidade de ter chegado ao governo sem votos e pela mão de um processo de golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha”.

Fontana afirmou ser necessário ao povo brasileiro raciocinar por que dos 267 deputados que votaram em Cunha para a Presidência da Câmara sobraram apenas 63 que permaneceram do seu lado. A conta considera os dez que votaram contra sua cassação, os nove que se abstiveram e todos os outros que faltaram à sessão desta segunda-feira (12). “Eu lutei muito nesta Casa, tínhamos duas candidaturas dignas disputando aqui, a do deputado Júlio Delgado, e a que eu apoiava, a do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). E olha que a história de Eduardo Cunha era sobejamente conhecida”.

O petista reforçou ainda que Cunha foi cassado pela mentira no Conselho de Ética, mas que pesam contra ele crimes muito maiores do que a mentira pela qual foi cassado, “crimes de corrupção grave”, que o fez réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Consumado o golpe, Fontana lembrou que Cunha não interessa mais aos golpistas, que agora se apressam em querer legitimar o governo de Temer. “Vamos ver como Eduardo Cunha vai reagir nas próximas semanas, se ele fará uma delação premiada, se ele escreverá a história real dos esquemas de financiamento de dentro do PMDB, das suas relações com [Romero] Jucá, com Temer”, disse o petista.

Ele destacou ainda que o senador Romero Jucá – ministro exonerado do governo golpista – foi flagrado em uma conversa gravada dizendo ser necessário retirar Dilma Rousseff do poder para barrar as investigações em curso no País contra a corrupção. “E hoje Jucá é o Presidente Nacional do PMDB! Vejam que governo tem o País hoje. E para completar Michel Temer desafia o bom senso nacional ao dizer que 40 pessoas estavam protestando contra ele! Eu acho que na abertura das Paralimpíadas ele percebeu que o Movimento Fora Temer é muito maior do que 40 pessoas”.

Fontana reforçou que o Movimento Fora Temer vem acompanhado também do movimento por novas eleições, porque, segundo argumentou, só haverá governo legítimo no Brasil de novo quando o povo brasileiro voltar às urnas para escolher seu presidente. “Temer será um presidente ilegítimo, fraco, temporário, e só recuperaremos o pacto democrático brasileiro quando o povo brasileiro puder votar para presidente”.

Antes de concluir o discurso, Fontana fez uma provocação: “Eu gostaria de ver o PSDB indicando o candidato a vice de Temer para disputar a eleição presidencial. A aliança do golpe deve ter um único candidato na eleição presidencial. Temer deve ser o líder, e o PSDB, que hoje apoia o golpe através dele, deve indicar o vice de Temer para defender, numa eleição, o golpe que deram”.

PT na Câmara

Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCÂmara

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