Com receio de ver aprovados requerimentos de convocação de ministros do governo golpista e sem voto de Michel Temer, assessores das lideranças do PMDB, PSDB e de outros partidos da base aliada impediram, nesta quarta-feira (14), que parlamentares marcassem presença na Comissão de Fiscalização Financeira. Sem quórum, a reunião acabou sendo cancelada.
Na pauta da reunião ordinária constava a convocação dos ministros do Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação); Moreira Franco (Programa de Parceiras e Investimentos); Raul Jungmann (Defesa); Eliseu Padilha (Casa Civil); Mendonça Filho (Educação); Ricardo Barros (Saúde), além do líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e do advogado José Yunes, assessor especial da Presidência e amigo pessoal de Temer.
Os deputados da oposição, autores dos requerimentos, justificam que a presença dos ministros e do líder do governo no Congresso é importante para o esclarecimento de denúncias de prática de ilegalidades e crimes graves, relatados em acordo de delação premiada por executivo da empresa Odebrecht.
O presidente da comissão, deputado Leo de Britto (PT-AC), criticou a estratégia da base aliada. Ele disse que essa prática tem ocorrido em várias sessões da comissão prejudicando o funcionamento do colegiado. “No entanto, a truculência para que a comissão não funcione foi extrema nesta manhã, com a presença de assessores próximos ao painel de frequência, barrando, inclusive, fisicamente deputados da base para impedir o registro da presença.
O deputado Jorge Solla (PT-BA), integrante da comissão também lamentou a estratégia. “Com essa ação, os governistas impediram a convocação dos denunciados, todos com apelidos carinhosos, como ‘Primo’, ‘Angorá’, ‘Kafta’, ‘Brut’ e outros”, ironizou.
Assessoria Parlamentar
