O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) resumiu em uma frase, durante discurso na tribuna, o processo de autofagia vivido pelo governo golpista de Michel Temer: “um governo que está apodrecendo à luz do dia”. Em sua fala no plenário, o petista rebateu fala do atual líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), que referiu ao Partido dos Trabalhadores, como um partido que “não tem palavra, não tem coerência, não cumpre acordo”.
Pimenta disse não acreditar que as palavras eram do líder de um governo golpista e conspirador. “Se tem alguém neste País que não cumpriu acordo, que não tem palavra, é esse grupo político golpista que hoje ocupa, de maneira interina, o Palácio do Planalto e os ministérios, sem ter sido eleito para isso”, rebateu o deputado. “Portanto, vocês estão lá porque usurparam a vontade popular, rasgaram a Constituição e violaram a democracia. Por isso, vocês são golpistas”, completou.
Ele apontou ainda quem é verdadeiramente incoerente, já que a turma golpista criou a ilusão em parte da sociedade brasileira que seria mais rigorosa no combate à corrupção e na promoção da moralidade. “Entretanto, montaram um ministério que mais parece um Big Brother, porque cai um por semana. E todos nós sabemos que vai ser assim. Parece até que escolheram golpistas entre os seus quadros: ‘vamos ver quais são os nomes entre nós que respondem a mais inquéritos ou mais investigações’”, ironizou.
Como prova inegável de que o governo golpista está mergulhado em escândalos de corrupção, Paulo Pimenta lembrou que um dos artífices do golpe – Eduardo Cunha – continua não apenas dando as cartas na Câmara dos Deputados, como também mantendo o Palácio do Planalto sob suas rédeas. “As principais funções de comando do governo estão na mão de Eduardo Cunha. O líder do governo nesta Casa foi indicado por Eduardo Cunha, para dizer a Temer e a seus aliados que ele continua no comando”.
Para respaldar mais fortemente o argumento de que o governo está “apodrecendo”, Pimenta detalhou a conjuntura tanto interna quanto externa com relação aos golpistas. “Assistimos, de norte a sul do Brasil, a um movimento de resistência democrática, de homens e mulheres das mais diferentes vertentes democráticas, que têm saído às ruas, que têm resistido a esse golpe e que não reconhecem esse Governo ilegítimo. Não tem sequer um Chefe de Estado, sequer um presidente da República, de qualquer País do mundo, que tenha telefonado para Michel Temer para reconhecê-lo como presidente”.
Pimenta também reforçou a patente impopularidade do presidente golpistas, que ficou durante 30 dias recluso dentro do Palácio do Planalto, sem sair à rua. De forma semelhante, disse Pimenta, agiram os seus ministros que não se dispõem em participar de uma audiência pública. “E, para fazer uma visita escondida ao Rio de Janeiro, há poucos dias, o presidente precisou mobilizar um contingente enorme de seguranças e militares para que o povo ficasse longe”, lembrou.
Por fim, o deputado petista disse que todos os que apoiam esse governo deveriam ter vergonha de fazer parte de um processo que vai para sempre deixar nas biografias de cada um deles com uma marca inexorável: “a marca de golpistas derrotados nas urnas, que se articularam com um braço criminoso comandado por Eduardo Cunha, para promover o processo de impeachment, que, entre outros objetivos, ofereceu a parlamentares desta Casa e do Senado proteção contra investigações relacionadas a crimes, investigações envolvendo irregularidades”.
PT na Câmara
Foto: Salu Parente
