O Ministério da Educação (MEC) começa a distribuir neste ano quase 500 mil tablets para as escolas públicas e passará a exigir que as editoras participantes dos programas de livros didáticos produzam também conteúdo digital. A medida irá impulsionar o uso de tablets em salas de aulas, uma vez que muitas escolas deixam de utilizar essa ferramenta por falta de um conteúdo curricular digital adequado, resistência dos professores e custo elevado.
Em sua primeira compra, o MEC desembolsou R$ 180 milhões para a aquisição de 460 mil tablets e outros R$ 73 milhões em conteúdos pedagógicos digitais. Em relação ao universo dos livros de papel, os valores ainda são tímidos. Para efeito de comparação, o governo comprou 130 milhões de exemplares de livros para alunos dos 1º ao 9º anos ao custo de cerca de R$ 1 bilhão no mesmo período.
De olho no mercado que se vislumbra, editoras de livros escolares, grupos de ensino e até varejistas estão investindo em um conteúdo pedagógico mais interativo. O dispositivo móvel possibilita ao aluno visualizar, por exemplo, a reação química entre os átomos de hidrogênio e oxigênio na formação da molécula da água ou ainda como é a erupção de um vulcão.
Na primeira licitação do governo para compra de material digital, a Saraiva foi a editora com melhor desempenho. Ficou com uma fatia de 23% da compra de R$ 73 milhões feita pelo MEC no ano passado. “Acredito que o governo federal vai ser o principal incentivador da expansão desse mercado”, disse Maurício Fanganiello, diretor de novos negócios da Saraiva.
Com tais iniciativas, o tablet caminha para ser uma ferramenta que agrega efetivamente aprendizado para o aluno. “Quando surgiu, o dispositivo móvel era visto como uma solução para reunir todos os livros e aliviar o peso da mochila das crianças, que chega a ter 12 quilos. Hoje, sabemos que o tablet tem muitos recursos de interação capazes de aprofundar o aprendizado, instigar o estudante. O livro impresso não consegue mostrar, por exemplo, como é uma geleira”, disse Ana Teresa Ralston, diretora de tecnologia da Abril Educação.
PT na Câmara com site Valor Econômico