Os parlamentares da bancada do PT na Câmara, Wadih Damous (RJ) e Maria do Rosário (RS) denunciaram mais uma manobra imposta pela base parlamentar do governo ilegítimo de Michel Temer que impediu, nesta terça-feira (13), que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) apreciasse o parecer sobre a admissibilidade da proposta de Emenda à Constituição (227/16), do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que prevê eleições diretas em caso de vacância do cargo de presidente da República.
“O governo tem uma posição covarde que, obviamente, ele é contra as eleições diretas e não tem coragem de assumir. O que o governo deveria fazer era vir para cá e enfrentar o debate. Essa obstrução é covarde. É um ato de quem tem medo de assumir a sua verdadeira posição”, criticou Wadih Damous a artimanha do governo de obstruir a votação da PEC na comissão.
Observou o petista que eleição não é remédio que resolve todos os males de qualquer país. No entanto, acrescentou que é um ponto de partida porque é a forma de o governante ter legitimidade. “Ele tem que se apresentar diante do seu povo com legitimidade e quem confere legitimidade é a soberania popular através do voto, secreto, direto, universal e periódico”.
Avaliou Damous que o atual governo, “além de se constituir numa quadrilha, é destituído de qualquer legitimidade e já caiu no descrédito diante do povo brasileiro”.
Para a deputada Maria do Rosário, o ilegítimo joga com o tempo para inviabilizar a própria queda. “O governo quer levar isso adiante, de forma a inviabilizar, por um lado, a queda de Temer, e de outro lado, se Temer cair o que ele busca é um arranjo da elite -, ou seja, eles estão se organizando de uma forma tal que o Rodrigo Maia, ou algum representante dos bancos ou das elites do mercado se transforme em presidente. O povo para ele é algo descartável”, lamentou.
Benildes Rodrigues