Os inquéritos instaurados contra o presidente Michel Temer no STF por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da justiça, dominaram os discursos dos deputados petistas no plenário da Câmara nesta terça-feira (23). Segundo os parlamentares, as acusações baseadas na delação do executivo da JBS, Joesley Batista, demonstram que o governo Temer acabou e que somente a realização de uma eleição direta para substitui-lo pode reestabelecer a normalidade democrática no País.
Após destacar que Temer é primeiro presidente da história do País a responder inquérito no exercício da função, o vice-líder da Minoria, deputado Henrique Fontana (PT-RS), cobrou do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) uma reposta sobre os pedidos de impeachment contra Temer.
“Pergunto a vossa excelência, o que vai fazer com os 12 pedidos de impeachment que estão nas suas mãos, colocando crimes graves que o Presidente em exercício Michel Temer cometeu? Ficará em conluio com Temer? Continuará protegendo esse governo ilegítimo para negociar apoio eventualmente ao seu candidato à Presidente da República? ”, indagou.
Os deputados Afonso Florence (PT-BA) e Ságuas Moraes (PT-MT) defenderam a saída imediata de Temer. “As investigações contra Temer produziram provas robustas”, disse Florence. Já Ságuas, após relembrar a trama que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, bradou na tribuna: “Fora Temer, diretas já! ”.
Já o deputado Caetano (PT-BA) destacou necessidade da saída de Temer para o país voltar à normalidade. “O Governo está à deriva. É como se uma embarcação estivesse em alto-mar, no meio de uma grande tempestade sem bússola, sem GPS, pior, sem comandante”, observou.
Ao também lembrar a falta de legitimidade do atual governo, o deputado Marcon (PT-RS) conclamou a população para depor o governo. “Michel Temer chegou ao Palácio do Planalto pela porta de trás, não foi eleito, não tem legitimidade. É por isso que amanhã teremos o Ocupe Brasília. Venham para Brasília, vamos tirar o presidente”,
E como forma de superar a crise, o deputado Zé Carlos (PT-MA) apontou a realização de eleições diretas. “Não será por meio de uma eleição indireta, porque é isso que a Rede Globo quer, é isso que o capital financeiro quer, para que aqui continuem sendo pautadas essas medidas que visam à retirada de direitos dos trabalhadores”.
Héber Carvalho
Foto: Lula Marques