O governo federal detalhou, nesta terça-feira (10), no Rio de Janeiro (RJ), o funcionamento da segurança pública durante a Copa do Mundo 2014, que começa em dois dias. Os representantes do Exército, do Ministério da Justiça, do Comitê Organizador Local (COL), e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falaram das estratégias adotadas para garantirem a segurança no período do Mundial.
Para o consultor da Fifa, também presente no evento, André Pruis, o Brasil implementou recursos de segurança que podem ser utilizados como modelo para outras Copas daqui para frente. Segundo ele, o conceito de segurança que o Brasil adotou para a Copa é excelente. “Abrange todos os elementos de operação de segurança e avaliação de risco”, opinou André Pruis.
O general do exército, José Carlos De Nardi, destacou que todo o trabalho para a segurança do Mundial está sendo feito de forma integrada e que a área de defesa é composta por 10 eixos: Defesa Aeroespacial, Defesa Marítima e Fluvial; Segurança e Defesa Cibernética; Fiscalização de Explosivos; Cooperação em operação em fronteiras; Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear;
Prevenção de Combate ao Terrorismo; Emprego de helicóptero; Defesa das Estruturas Estratégicas; e Força de Contingência, que conta com uma média de três mil militares prontos para auxiliar a Polícia Militar, principalmente em torno dos estádios, caso seja necessário. Esse apoio só se dará após pedido do governador do estado e a partir daí, toda a segurança e decisões de estratégias serão de responsabilidade do Exército.
“O Brasil está preparado para fazer frente em qualquer problema que acontecer na Copa”, ressaltou o general De Narde, e esclareceu ainda: “Nossa preocupação são 15 estados: as 12 cidades-sede mais 3 cidades com Centros de Treinamento: Sergipe, Alagoas e Espírito Santo”.
O chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, abordou a criação dos Centros Integrados de Comandos e Controles em todas as cidades-sede e nas três cidades de treinamento. Todo o trabalho para o Mundial vai contar com 100 mil profissionais da segurança pública, além de 60 mil da defesa e mais 20 mil da segurança privada. Só na segurança pública, foram investidos mais de R$ 1 bilhão 170 milhões para atuação na Copa do Mundo.
“Estamos seguros e firmes para termos um evento com muita paz e tranquilidade”, afirmou Andrei.
Ronaldo Belham, diretor geral-adjunto da Abin, apontou alguns eixos de atuação na operação. Conforme ele, ao todo são 17 centros coordenados pela Abin: o Centro de Inteligência Nacional (CIN), um Centro de Inteligência Regional (CIR) em cada uma das 12 cidades-sede, e três centros locais nas cidades de treinamento, e um Centro de Inteligência de Serviços Estrangeiros. A estrutura servirá para assessorar decisões executivas em âmbito federal e estadual.
Segundo Belham, o Centro de Inteligência de Serviços Estrangeiros vai contar com 42 parceiros estrangeiros que vieram ao Brasil para auxiliar nessa operação, além de 70 parceiros, que mesmo não estando no País, possui canal aberto para a Abin.
Belham disse ainda que em 2012, cerca de 900 pessoas foram capacitadas para atividades de inteligência em megaeventos.
O gerente geral de segurança do COL, Hilário Medeiros, aproveitou para destacar um dos legados do Brasil com a realização da Copa do Mundo, que é a criação de uma nova profissão: a do agente privado de segurança de grandes eventos.
A Polícia Federal exigirá um curso de extensão de 50 horas a todos os agentes de segurança privados que trabalharão nos grandes eventos que o Brasil sediará nos próximos anos. A partir de agora, qualquer evento esportivo com mais de três mil pessoas, deverá, obrigatoriamente, ter agentes de segurança. O agente terá conhecimento sobre controle de acesso aos locais dos eventos, gerenciamento de público, gestão de multidões, direitos humanos e resolução de situações de emergência.
Agência Brasil