Para repassar mais dinheiro a parlamentares aliados, via emenda do relator – o chamado orçamento secreto –, sem controle e sem transparência, o governo de Jair Bolsonaro (PL) cortou 45% da verba para os programas de prevenção e controle do câncer, a segunda doença que mais mata no País. Segundo o Estadão, as verbas para os programas de prevenção e controle do câncer foram reduzidas de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões, em 2023.
A dez dias do primeiro turno das eleições e apenas duas semanas após editar um decreto para acelerar a liberação de R$ 5,6 a ministérios e parlamentares aliados, o governo teve de reavaliar a medida e fazer um novo corte no Orçamento de 2023.
A decisão foi duramente criticada por parlamentares da Bancada do PT. Em sua conta no Twitter, o ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) acusa Bolsonaro de “rifar” a saúde dos brasileiros para “comprar” apoio na véspera da eleição. “O governo Bolsonaro tesourou 45% da verba de prevenção e controle de câncer para enfiar dinheiro no bolso de aliados com o orçamento secreto. A doença é a segunda que mais mata no País. O presidente da República rifa a saúde dos brasileiros para comprar apoio na véspera da eleição”, denunciou.
O governo Bolsonaro tesourou 45% da verba de prevenção e controle de câncer p/ enfiar dinheiro no bolso de aliados com o orçamento secreto. A doença é a segunda que mais mata no país. O presidente da república rifa a saúde dos brasileiros pra comprar apoio na véspera da eleição.
— Alexandre Padilha (@padilhando) September 23, 2022
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ao comentar o corte de 45% nos recursos destinados ao combate ao câncer, para abastecer o orçamento secreto, afirmou que “esse esquema” tem que acabar. “Seja pelo novo Congresso ou pelo Supremo Tribunal Federal, que deverá julgar as ações contra esse assalto ao dinheiro do povo”, completou.
Bolsonaro cortou 45% da verba para o combate ao câncer pra abastecer o orçamento secreto e os partidos do centrão. Esse esquema tem que acabar seja pelo novo Congresso ou pelo STF, que deverá julgar as ações contra esse assalto ao dinheiro do povo.
— Gleisi Hoffmann 1313 (@gleisi) September 23, 2022
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) relembra os cortes feitos pela dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, nos programas Farmácia Popular e Auxílio Brasil. “Agora são os recursos para o combate ao câncer que serão destinados ao orçamento secreto. Qual área o inominável não cortaria para fazer politicagem?”, indagou.
Depois de cortes no Farmácia Popular e no Auxílio Brasil, agora são os recursos para o combate ao câncer que serão destinados ao orçamento secreto. Qual área o inominável não cortaria para fazer politicagem? https://t.co/SHXT2NlVH3
— Nilto Tatto 1⃣3⃣5⃣3⃣ 🇧🇷 dep. Federal/ SP 🍀 (@NiltoTatto) September 23, 2022
E a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) citou os cortes de verba para a merenda escolar e para as universidades. “E cortou verba da saúde pública, de pessoas que lutam contra o câncer. Tudo isso para encher os seus aliados de dinheiro, através do orçamento secreto. Bolsonaro é um criminoso!”, afirmou.
Cortou verba da merenda das crianças, cortou verba das universidades, cortou verba da saúde pública, de pessoas que lutam contra o câncer. Tudo isso para encher os seus aliados de dinheiro, através do orçamento secreto.
Bolsonaro é um criminoso! https://t.co/YaBTsGmOD5
— Benedita da Silva 1377 (@dasilvabenedita) September 23, 2022
O deputado Padre João (PT-MG) afirmou que ninguém aguenta mais este governo que que cortou 60% dos recursos da Farmácia Popular, cortou recursos da educação, vetou o reajuste da merenda escolar “e hoje cortou 45% dos recursos para tratamento do câncer..
Ninguém aguenta mais este governo. Cortou 60% dos recursos da Farmácia Popular, cortou recursos da educação, vetou o reajuste da merenda escolar e hoje cortou 45% dos recursos para tratamento do câncer. Dinheiro cortado vai para o orçamento secreto para atender o centrão.
— Padre João PT (@dep_padrejoao) September 23, 2022
Tesoura de Guedes e Bolsonaro
Nesta quinta-feira (22), o Ministério da Economia, comandado pelo banqueiro Paulo Guedes, que junto com o presidente afirma que não tem miséria nem fome no país, anunciou o bloqueio de mais R$ 2,6 bilhões no Orçamento da União para evitar um estouro no teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à variação da inflação.
Bolsonaro e Guedes, que já haviam reduzido as verbas do Farmácia Popular, Mais Médicos e o Casa Verde e Amarela, decidiram agora cortar recursos de um dos programas considerados estratégicos para o Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
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O governo Bolsonaro também reduziu a reserva de dinheiro público para incrementar a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados que fazem parte de redes focadas em outros três grupos: a gestantes e bebês, a Rede Cegonha; a dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais, Rede de Atenção Psicossocial – Raps; e a Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiência, voltado para reabilitação. As três são consideradas “estratégicas”.
Da Redação do PT na Câmara, com site da CUT