Uma anotação encontrada pela Polícia Federal no celular de Marília Ferreira, braço-direito do ex-ministro da Justiça golpista Anderson Torres, comprova a relação da turma de Jair Bolsonaro com as fake news que tentam relacionar o PT com facções criminosas.
Relevada pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (6), a anotação afirma que Torres fazia pressão para que a área de inteligência do Ministério da Justiça, que era chefiada por Marília, produzisse relatórios mentirosos contra o PT.
“Havia uma certa pressão para que eu fizesse um relatório que indicasse a relação do PT com facções criminosas”, escreveu Marília, afirmando, adiante, que o documento não foi produzido porque “não havia comprovação”.
Para a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), o conteúdo encontrado no celular da assessora de Torres comprova o jogo sujo e criminoso dos bolsonaristas para tentar prejudicar o Partido dos Trabalhadores.
“Muito graves as anotações da ex-diretora de Inteligência de Anderson Torres, Marília Alencar, sobre as pressões que recebeu do chefe para forjar acusações contra o PT. Ela colecionava vídeos e postagens com Fake News sobre compra de votos e supostas ligações do PT com facções criminosas. Mas a própria Marília escreve que não produziu o documento acusatório que Anderson pediu porque não havia base nenhuma para isso”, resumiu Gleisi na rede social X.
A presidenta também pediu uma investigação aprofundada sobre o caso: “Sempre denunciamos que esse pessoal do Bolsonaro conspirava pra ligar o PT ao que há de ruim. Agora, eles mesmos confessam. Tem que ir fundo nesta investigação para que os verdadeiros criminosos sejam punidos”.
Muito graves as anotações da ex-diretora de Inteligência de Anderson Torres, Marília Alencar, sobre as pressões que recebeu do chefe para forjar acusações contra o PT. Ela colecionava vídeos e postagens com Fake News sobre compra de votos e supostas ligações do PT com facções…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 6, 2023
Uso da PRF para atacar eleições
Delegada da Polícia Federal, Marília Ferreira foi diretora de Inteligência do Ministério da Justiça quando Anderson Torres comandava a pasta. Inspirava tanta confiança no ex-chefe que o acompanhou até o governo do Distrito Federal, quando ele se tornou secretário de Segurança Pública e pôde, assim, participar da sabotagem da proteção da Esplanada dos Ministérios no 8 de Janeiro.
Segundo a Folha de S. Paulo, a PF encontrou outros textos no celular de Marília que reforçam a denúncia de que o governo Bolsonaro utilizou a Polícia Rodoviária Federal para dificultar que eleitores de Lula, principalmente no Nordeste, votassem no segundo turno.
“Havia uma preocupação do ministro com o Nordeste e ele falava muito na Bahia, pois havia visto no mapa com o planejamento do primeiro turno que havia muito pouca distribuição de equipes no interior da Bahia. Desde antes do primeiro turno a DINT [Diretoria de Inteligência] recebia dezenas de vídeos e postagens de pessoas, a maioria delas fake news, sobre compra de votos e ligação do PT com facções criminosas”, diz outro trecho achado no celular.
“Sempre denunciamos o jogo bruto e ilegal do bolsonarismo, mas agora temos a evidência de que o Ministério da Justiça era o centro da organização criminosa. Tudo isso tem de ser investigado para que os bandidos, a começar pelo chefe, não voltem a ameaçar o processo eleitoral e a democracia”, afirmou Gleisi Hoffmann.
As anotações no celular da ex-chefe de inteligência de Anderson Torres também confirmam o abuso de poder, inclusive poder de polícia, para tentar impedir a vitória de Lula no segundo turno de 2022. Está escrito pela própria assessora, Marília Ferreira, que o ministro de Bolsonaro…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 6, 2023
PTNacional