O governo vai injetar na economia R$ 83 bilhões. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda Nelson Barbosa nesta quinta-feira (28), durante reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), presidida pela presidente Dilma Rousseff.
A novidade será a autorização do uso da multa e de parte do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia de crédito consignado para trabalhadores do setor privado demitidos sem justa causa. A expectativa é de gerar R$ 17 bilhões de crédito com essa modalidade.
Para crédito rural, serão destinados R$ 10 bilhões. Para crédito habitacional, com recursos do FGTS, serão mais R$ 10 bilhões. Para infraestrutura, por meio dos recursos do FI-FGTS, serão mais R$ 22 bilhões em linhas de crédito.
Para capital de giro de pequenas empresas serão dedicados R$ 5 bilhões, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para investimento em máquinas e equipamentos, o governo trabalha numa linha de crédito do BNDES de R$ 15 bilhões. Para empresas exportadoras, serão liberados R$ 4 bilhões de crédito.
O objetivo das linhas de crédito é estimular a atividade econômica e tentar evitar desemprego. Neste mês, a presidente Dilma Rousseff afirmou que todo o esforço do governo federal está voltado para impedir que o desemprego se eleve.
Reunião – O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, foi o responsável por dar abertura à reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável. Para ele, o “Conselhão”, como o grupo é conhecido, é uma “escola de cidadania participativa”.
“Futuramente, vocês poderão dizer aos seus netos que contribuíram para fazer o país melhor, além das atividades do dia a dia, como também nesse processo do Conselhão”, agradeceu o ministro, ao empossar os 92 membros do grupo no Biênio 2016/2017.
O Conselhão foi criado em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo assessora o presidente da República na formulação de políticas públicas e reformas estruturais.
O grupo, que conta com grandes empresários, representantes dos trabalhadores e de entidades da sociedade civil, cumpre a promessa do governo Dilma de ampliar o debate e a articulação política e econômica, ouvir e propor mudanças.
Jaques Wagner lembrou que as democracias mais maduras do mundo utilizam o conselho como ferramenta democrática. Ele ainda citou o exemplo do conselho da França, que foi fundado em 1936.
Pluralidade – O primeiro membro do “Conselhão” a discursar foi o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco. Na avaliação dele, o grupo representa um traço de pluralidade da sociedade brasileira. “Nosso papel aqui é oferecer um olhar externo, que poderá representar a chave para uma nova percepção do que está acontecendo”, disse.
Segundo Trabuco, o “Conselhão” tem uma pauta única para o Brasil, que é fazer com que o País retome o crescimento econômico. “Acredito que, dentre as pautas de cada um, certamente haverá pontos para uma pauta de convergência”, afirmou o presidente do Bradesco.
Das agências com PT na Câmara
Foto: Lula Marques