A nova safra brasileira de grãos deverá superar marca de 202 milhões de toneladas no período 2014-2015, avanço de 5% em relação à colheita do período anterior, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (9), pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. Também na comparação com a safra passada, a soja foi o produto que apresentou maior crescimento, 11%, chegando a 95.919,8 milhões de toneladas. Na safra anterior, a produção foi de 86.120,8 milhões de toneladas.
Do total de 202,2 milhões de toneladas a ser produzido neste ano, 43% será destinado à exportação, informou a ministra. Para garantir o escoamento da nova safra recorde, o governo vai investir em diversas ações de infraestrutura, informaram os ministros da Secretaria de Portos, Edinho Araújo; e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues.
Segundo Edinho Araújo, o plano de transporte de cargas para o período, que começará a ser realizado em fevereiro, terá como novidade o aprimoramento da fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Em relação ao Porto de Santos, Edinho anunciou que será criado um grupo de gestão logística e implantado um projeto piloto para automatizar o sistema de agenciamento de caminhões que irão descarregar mercadorias no local.
De acordo com o ministro da Secretaria dos Portos, todo caminhão que entrar no Porto de Santos terá sua placa lida por câmeras, que enviarão os dados captados às centrais de gerenciamento. Esses postos estarão situadas no local e em Brasília. Em 2014, o grupo de gerenciamento estava instalado apenas na capital federal.
O credenciamento será realizado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e a iniciativa, que será testada no Porto de Santos, irá contemplar mais 11 portos públicos: Santarém, Itaqui, Pecém, Fortaleza, Suape, Aratu, Vitória, Rio de Janeiro, Itaguaí, Paranaguá e Rio Grande.
Agendamento chegou a 95% em dezembro
Em dezembro de 2014, 95% dos caminhões que chegaram ao Porto de Santos já haviam feito o agendamento. Em fevereiro, esse total era de 48%. Essa mudança operacional resultou em uma queda de 7% no preço do frete, informou o ministro. Atualmente, 48% dos grãos chegam ao porto por meio de ferrovias e 42% pelas rodovias.
Em relação ao Arco Norte, que é um conjunto de portos localizados entre os estados do Amazonas e da Bahia, Araújo afirmou que será a delimitação do poligonal da Vila do Conde será alterada. Ao todo, os terminais do arco, públicos e privados têm capacidade de movimentar 100 milhões toneladas de grãos.
Além disso, o chefe da Secretaria dos Portos citou que o Terminal de Granéis do Maranhão (Tegram) entrará em operação e que oito terminais privados hidroviários já foram autorizados a operar na região.
Ao citar as hidrovias, Araújo divulgou que o fundo da marinha mercante financiou a compra de 426 embarcações de transporte para serem utilizadas nas hidrovias Madeira e Tapajós. Desse modo, segundo o ministro, o uso desses barcos irá retirar mil caminhões das estradas.
Rodovias
Sobre as rodovias, o secretario executivo do Ministério dos Transportes, Anivaldo Vale, informou que 53 mil km de rodovias estão disponíveis para o transporte de grãos.
Por outro lado, segundo Vale, os cerca de 136 km de rodovias federais que ainda não foram totalmente pavimentados serão complementados com cascalho para garantir o escoamento da safra. Além disso, serão disponibilizadas patrulhas de desencalhe (tratores) para socorro de veículos.
Vale também garantiu e trafegabilidade na BR-163; no trecho de 945 km extensão que compreende as cidades de Sorriso, no Mato Grosso, e de Miritituba, no Pará.
Sobre os trechos pavimentados, que possuem 809 km de extensão, o secretario afirmou que irá completar a contratação da manutenção para todo o segmento.
Em seu pronunciamento, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu; apresentou um mapa que informa a participação das regiões brasileiras na produção de grãos. De acordo com o mapa, o Centro-Oeste lidera com 42% da capacidade produtiva (85,4 milhões de toneladas).
Em seguida está a Região Sul, com 36% do total (71,7 milhões de toneladas). Por fim, aparecem as regiões Nordeste e Sudeste, ambas com 9% de participação (19,1 milhões de toneladas cada), e a região Norte, sendo responsável por 4% da produção agrícola (6,8 milhões de toneladas).
Ao citar Matopiba; região que compreende os estados do Maranhão, de Tocantins, do Piauí e da Bahia; Abreu informou que foram produzidas 8,6 milhões de toneladas do complexo soja em 2014. Esse montante representa 15,2% da produção do grão no ano.
Além disso, segundo a ministra, a expectativa é que em 2015 a produção seja de 10,5 milhões de toneladas; representando 17, 2% da produção do produto neste ano.
Sobre as exportações, a previsão é que, em 2015, 64,2 milhões de toneladas do complexo soja e farelo sejam vendidas ao exterior. Esse montante representa um aumento de 6,2 % nas remessas internacionais.
Na safra 2013-2014 foram exportadas 61,5 milhões de toneladas. Pelos dados apresentados pela ministra, os custos de transporte de Sapezal para Itacoatiara é de R$ 202,00 por tonelada para um preço de comercialização de R$ 885,00 por tonelada. Já de Sorriso para Santos, o valor gasto é de de R$ 260,00 por tonelada.