Nesta terça-feira (14), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo, anunciam medidas para incentivar a redução de cesarianas desnecessárias entre consumidoras de planos de saúde e ações de promoção ao parto normal no país.
Segundo o Ministério da Saúde, o parto normal é o mais aconselhado e mais seguro que a cesariana, pois oferece menos riscos de infecção, hemorragia e prematuridade do bebê; devendo ser disponibilizados todos os recursos para que ele aconteça.
“Outra vantagem do parto normal é que o organismo materno se prepara para o nascimento. Os hormônios prolactina e ocitocina, fabricados durante o trabalho de parto, são fundamentais para ajudar a acelerar a produção de leite. Quem faz uma cesárea não produz quantidade suficiente desses hormônios e o leite pode demorar a descer”, explica o obstetra Jorge Kuhn, um dos fundadores da Casa Moara, espaço dedicado às mulheres grávidas e suas famílias. Além disso, a recuperação também é mais rápida em comparação à cesariana.
Sempre que possível, o parto deve acontecer sem intervenções. O ambiente deve respeitar a privacidade e as escolhas da gestante. Por isso, é indicado reduzir ruídos e luminosidade no local do parto, permitir que a parturiente caminhe, ingira líquidos e indique quem irá acompanhá-la.
Além disso, é necessário possibilitar que a mulher adote as posições que a façam se sentir melhor – no momento da expulsão, por exemplo, a posição verticalizada pode facilitar o nascimento, por se mais fisiológica para mãe e bebê. Em casos realmente necessários, podem ser oferecidos métodos não farmacológicos de alívio da dor e utilizadas intervenções como analgesia.
Durante o pré-natal e o trabalho de parto, o profissional que atende a gestante avaliará as condições dela e do bebê, para identificar fatores que possam impedir o parto por via vaginal.
O recém-nascido também deve ser poupado de intervenções desnecessárias tradicionais. “Em relação ao recém-nascido, se ele estiver bem, chorando, com boa contratura muscular e bons reflexos, não é necessário fazer aspiração nasal, pois ele tem a capacidade de eliminar as secreções por conta própria. Isso acontece porque, no parto por via normal, é o bebê quem indica a hora certa de nascer e, durante a passagem pelo canal de parto, ele é massageado e estimulado para o nascimento”, esclarece a obstetra Andrea Campos, da Casa Moara.
O corte do cordão umbilical também pode respeitar o ritmo natural e ser feito tardiamente, após cessarem os batimentos, a não ser que haja alguma contra-indicação. Alguns profissionais da saúde que atendem ao parto oferecem para que o pai da criança corte o cordão.
É direito da mulher definir durante o pré-natal o local onde ocorrerá o parto. O parto natural pode ser realizado em maternidades, Centros de parto normal e em casa, mas é preciso contar com o acompanhamento de uma equipe especializada, liderada por enfermeiros-obstetras ou obstetrizes.
Portal Brasil, com informações da Agência Saúde Suplementar