Golpista Temer anuncia ‘avanços’ e é desmentido por Enio Verri e Josias Gomes

Os deputados Enio Lula Verri (PT-PR) e Josias Gomes (PT-BA) contestaram nesta terça-feira (15) os supostos avanços anunciados pelo presidente golpista Michel Temer, no balanço de dois anos do governo ilegítimo, completados no último sábado (12). Segundo eles, ao contrário do cenário positivo apresentado por Temer, o Brasil está mergulhado em uma grave crise econômica e social.

O balanço do governo ilegítimo exalta uma suposta retomada do crescimento econômico e ações na área social. Entre os dados apresentados como positivos estão a redução da inflação (9,32% para 2,68%) e da taxa de juro (de 14,25% para 6,5%). Para o deputado Enio Verri, que também é professor licenciado de Economia da Universidade Estadual de Maringá, esses números revelam – na verdade – uma grave crise econômica.

“Com a política recessiva de Temer, representada principalmente pela falta de investimentos limitada pela emenda do teto dos gastos (Emenda Constitucional nº 95), aliada à redução do crédito e a consequente redução da atividade econômica da indústria e do comércio, há um desemprego recorde que também reduz o consumo e afeta a produção. Com isso, é natural que a inflação caia, por conta da baixa atividade econômica, e o juro também, pela falta de interesse do setor produtivo em pegar dinheiro emprestado para investir”, analisa Verri.

O parlamentar ainda esclarece que a “boa notícia” do saldo positivo da balança comercial, também esconde a paralisia da atividade produtiva do País, principalmente da indústria e do comércio. “Quando a demanda do mercado interno cai, porque ninguém compra, as nossas empresas têm que vender a produção no exterior. Com isso aumenta a entrada de divisas. Ao mesmo tempo, nós não importamos equipamentos para nossas indústrias, porque não há demanda que justifique o aumento da produção. Assim, é claro que a balança comercial vai ficar favorável ao Brasil”, conclui Verri.

O governo ilegítimo também comemora como conquista uma suposta retomada na geração de empregos. No trecho do balanço intitulado “os empregos estão de volta”, são citados a criação de 204.604 novos empregos no período. Apesar do aparente avanço, o governo Temer omite que houve queda dos empregos com carteira assinada.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em maio de 2016 – quando Temer assume após o golpe – o número de empregados com carteira assinada era de 38.789.289. Já em março deste ano – última atualização estatística – o número caiu para 38.072.395. Ou seja, redução de 716.894 vagas com carteira assinada. O balanço do governo também ignora o aumento do desemprego. Se em maio de 2016 o índice estava em 11,2%, em março de 2018 chegou a 13,1%, ou 13,7 milhões de pessoas.

Retrocesso Social – O governo ilegítimo de Temer ainda ressalta como resultados positivos ações que envolvem programas e projetos que são marcas dos governos petistas de Lula e Dilma. Enquanto o balanço exalta o reajuste do Bolsa Família, ‘esquece’ de mencionar os cortes do número de beneficiários. Entre junho e julho do ano passado, 543 mil famílias foram retiradas do programa. Nesse ano, antes do anúncio do reajuste de 5,66% feito por Temer no dia 1º de maio, o Ministério do Desenvolvimento Social retirou mais 392 mil famílias do programa.

“No município de Novo Horizonte, na Bahia, por exemplo, das 3 mil famílias que recebiam o Bolsa Família cerca de mil foram retiradas do programa sem nenhuma justificativa”, denunciou Josias Gomes.

Sobre as inaugurações de trechos da transposição do rio São Francisco feitas por Temer, alardeadas no balanço de dois anos do governo ilegítimo, Josias Gomes ressalta que a suposta boa ação esconde retrocessos colocados em prática pelo presidente golpista.

“O povo do Nordeste sabe que a transposição do São Francisco foi idealizada por Lula, e feita durante o governo dele e da Dilma [Rousseff]. Essas inaugurações fantoches do Temer, de algo que já estava praticamente pronto, não conferem a ele legitimidade para se apropriar dessa grandiosa obra. Principalmente ele que deseja privatizar a Eletrobras, e junto a CHESF (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), privatizando também o acesso à água que é um bem caro ao povo nordestino”, critica Josias Gomes.

Héber Carvalho

Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

 

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