Às vésperas de mais um Dia Internacional de Luta das Mulheres, em 8 de março, militantes e movimentos populares preparam uma extensa agenda para combater o machismo, o racismo contra negras e a falta de equidade salarial. No Brasil, as ativistas também aproveitarão a data para denunciar os efeitos do golpe no aprofundamento das desigualdades de gênero.
A CUT e diversos movimentos de mulheres, feministas e populares estão organizando, nos principais estados e cidades uma Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos. O ato de lançamento aconteceu no sábado (24) em São Bernardo do Campo (SBC) e as atividades se estendem até 1º de Maio e tem como principais desafios mobilizar e dialogar com as mulheres e população em geral.
Outras bandeiras que serão levantadas neste ano serão contra o retrocesso dos direitos sociais e trabalhistas que impactam principalmente as mulheres, o avanço do conservadorismo, o desmonte das políticas públicas, o aumento da violência contra as mulheres e a dura perseguição e condenação, sem provas, do Presidente Lula.
Os temas do ato unificado sintetizam a avaliação política das organizações sobre a conjuntura política. A defesa da vida das mulheres será pauta com a denúncia dos cortes de verbas políticas para o enfrentamento à violência contra a mulher, em um momento em que as denúncias das violações crescem. Outro debate que elas novamente trazem à tona é o direito ao aborto.
Já a luta por democracia e soberania serão expressas pela contraposição à intervenção federal militar no estado do Rio de Janeiro e às tentativas de privatizações promovidas pelo governo golpista de Michel Temer.
Previdência – Sônia Coelho, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, explica que a denúncia da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que altera as regras para a aposentadoria, permanece como um dos temas do ato deste ano.
No dia 19 de fevereiro, após grande pressão popular, o Senado retirou a proposta de tramitação. Ainda assim, a militante pontua que as organizações entendem que, mesmo com a vitória, o tema pode ser retomado no segundo semestre.
“Essa reforma afeta diretamente as mulheres. A Previdência, em uma sociedade tão desigual como a nossa, é um mecanismo que minimamente dá alguns equilíbrios, já que as mulheres podem se aposentar um pouco antes”, afirmou a militante feminista.
Agenda – Além da Marcha Mundial das Mulheres e Marcha das Mulheres Negras, as entidades que compõem a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo também organizam o ato unificado do do 8 de março.
Em São Paulo (SP), a concentração será às 16h, na Praça Oswaldo Cruz, no bairro Vila Mariana. Na capital paulista, as professoras estaduais e municipais já votaram indicativo de greve para a data.
Já as paranaenses se reúnem na Praça 19 de Novembro, localizada no centro de Curitiba (PR). A agenda completa dos atos em todas capitais deve ser divulgada em breve.
(Da Redação do PT de Notícias com informações da CUT e Brasil de Fato)