Golpistas de ontem e hoje atacam democracia e promovem o entreguismo, dizem petistas
A comemoração da “Revolução de 31 de março”, por parte de alguns segmentos militares e civis da extrema-direita, é uma parte essencial da narrativa construída pelas forças golpistas que mergulharam a democracia brasileira nas trevas em 1964. Passados 51 anos do Golpe, parlamentares petistas denunciam essa farsa e lembram que as forças golpistas, ontem e hoje, sempre estiveram atreladas aos ataques à soberania nacional.
Para o deputado Luiz Couto (PT-PB), não se pode aceitar a comemoração de uma “revolução” em 1964. “O que aconteceu em 1964 foi um golpe contra a democracia e o Estado de Direito. Infelizmente, muitos hoje pregam um golpe e não podemos aceitar isso, assim como não podemos recordar o dia 31 de março, que deveria ser retirado do mapa da história do Brasil. O golpe ocorreu no dia 1º de abril, Dia da Mentira, e a ‘Revolução de 64’ é a grande mentira que o Brasil jamais irá esquecer”, disso Couto, que presidiu em duas ocasiões a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Já para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), o marco do Golpe de 1964 é sempre “um momento de reflexão sobre a importância da democracia” e sobre “o significado que a ditadura mantém vivo ao longo de gerações, na medida em que ela construiu um apelo de apoio à atitude golpista e autoritária”. A parlamentar gaúcha lembra que a “sanha golpista” no Brasil “sempre se apresenta misturada aos interesses das elites econômicas” que ferem a soberania nacional. “Essa sede golpista mais uma vez toma a capa de combate à corrupção, mas o seu fundamento é o entreguismo, como mostrar o ataque ao regime de partilha da Petrobras, às empresas públicas e à capacidade do Estado de gerenciar os recursos naturais do País. Por isso o nosso discurso de hoje é a defesa da democracia ao lado da defesa da soberania nacional”, aponta Maria do Rosário, que foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff.
Crime – A deputada petista ressalta que as manifestações que pedem intervenção militar são atos criminosos. “A quebra da ordem constitucional e democrática é um crime previsto na Constituição”, frisa Rosário.
“O passo que a sociedade brasileira precisar dar é no sentido contrário daqueles que defendem um golpe militar: precisamos revisar a Lei de Anistia para que possamos responsabilizar e punir os autores de crimes contra a humanidade que foram praticados naquele período”, cobrou a parlamentar.
Rogério Tomaz Jr.