Golpe contra Venezuela no Mercosul visa beneficiar interesses norte-americanos, acusa Ságuas

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O deputado e membro do Parlamento do Mercosul, deputado Ságuas Moraes (PT-MT), acusou o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (PMDB), na pessoa do ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), de tentar enfraquecer o bloco econômico do Cone Sul com o objetivo de beneficiar interesses comerciais norte-americanos. Segundo ele, a ação também conta com o apoio entusiasmado do presidente da Argentina, Maurício Macri.   

A afirmação do petista ocorre após viagem frustrada de José Serra ao Uruguai na última terça-feira (5), que teve o objetivo de convencer o governo uruguaio a “embarcar” no golpe arquitetado pelo governo do Brasil, do Paraguai e da Argentina para impedir a Venezuela de assumir a presidência rotativa do Mercosul.

“O ministro José Serra, na verdade, quer acabar com o Mercosul. Ele é contra o Mercosul, sempre defendeu a política bilateral Brasil-Estados Unidos. Ele não considera o Mercosul importante, e a vontade dele é extinguir o Mercosul. Ele (Serra) fala grosso com a América do Sul, com a África, mas fala fino com os Estados Unidos e sempre está de joelhos. É um chanceler que não poderia ter outra posição, até porque ele advém de um golpe”, acusou Ságuas Moraes.

No encontro em Montevidéu, a proposta de Serra foi rechaçada pelo presidente Tabaré Vázquez e pelo chanceler Rodolfo Novoa. Mesmo ressaltando que a Venezuela é “uma democracia autoritária”, Novoa observou que não há uma ruptura institucional no país. O Paraguai inclusive já solicitou a Organização dos Estados Americanos (OEA) a aplicação da Cláusula Democrática, suspendendo a Venezuela do bloco alegando “ruptura institucional”.

Atualmente a presidência rotativa do bloco está com o Uruguai, mas o chanceler Novoa promete entregá-la apenas à Venezuela.

“O que acontece é que o jurídico se impõe sobre o político, e o político seria não dar a presidência à Venezuela”, disse Novoa, assegurando que a intenção do Uruguai é passar a presidência aos venezuelanos em 31 de julho para os próximos seis meses.

A proposta defendida por Serra também foi muito mal recebida pela chanceler venezuelana Delcy Rodriguez. Em sua conta no Twitter, ela acusou o ministro brasileiro de integrar um complô contra o país, e considerou que as declarações de Serra foram “insolentes e amorais”.

Golpista– Para piorar o clima de confronto com o governo venezuelano de Nicolás Maduro, o presidente da Argentina, Maurício Macri, ainda se ofereceu para ocupar a presidência interina. Em relação à proposta, Ságuas Moraes ironizou:

“O presidente Macri tem um perfil muito parecido com o governo do ministro Serra, parece que tem uma sintonia de pensamento. Ele jamais poderia se colocar à disposição, dar um golpe na Venezuela e assumir a presidência do Mercosul. Parece que eles estão sintonizados no golpe. Parece que gostou do golpe no Brasil e está se colocando à disposição de um golpe na Venezuela”, ressaltou.

PT na Câmara com Sputnik Brasil

Foto: Gustavo Bezerra/PTNACÂMARA

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