Golpe contra Dilma completa cinco anos e Brasil volta à fome e à miséria, denunciam petistas

Cinco anos depois do golpe parlamentar, jurídico e midiático que derrubou a presidenta legítima Dilma Rousseff, o Brasil que era pujante, democrático, soberano, inclusivo, justo e reconhecido internacionalmente como uma nação em franco desenvolvimento deu lugar a um País com pobreza, miséria, degradação política, retrocessos antidemocráticos, genocídio, destruição ambiental e desmantelamento de direitos históricos sociais e trabalhistas.

O golpe, que nesta terça-feira (31) completa cinco anos, atingiu a democracia frontalmente e abriu caminho para retrocessos como a prisão injusta do ex-presidente Lula para afastá-lo das eleições de 2018 e a eleição do neofascista Jair Bolsonaro, conforme apontam a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o vice-presidente nacional do partido, deputado José Guimarães (CE), e a secretária nacional de Formação Política do PT, deputada Maria do Rosário (PT-RS).

Segundo eles, o processo de degradação política, econômica e social começou no dia em que 61 senadores interromperam o mandato de Dilma, que não havia cometido nenhum crime de responsabilidade e chancelaram o impeachment, consumado em 31 de agosto de 2016.

“Cinco anos depois do golpe, o que vemos foi a derrubada de uma presidenta honesta, que foi inocentada em todas as ações judiciais impetradas contra ela”, lembrou Gleisi Hoffmann.

Presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann – Foto: Lula Marques

Retrocessos nefastos

Para a presidenta nacional do PT, o rompimento democrático trouxe consequências nefastas ao Brasil e ao povo brasileiro. “Assistimos à destruição do Estado, retrocesso institucional, implosão de políticas públicas e retirada de direitos. Como a própria presidenta Dilma profetizou, essas seriam as consequências do golpe sem crime de responsabilidade e misógino”, afirmou Gleisi. “E o povo está vendo que a vida piorou e muito, ainda mais com Bolsonaro. O povo está passando fome, desempregado, com renda baixa”.

Na época líder do governo Dilma na Câmara, José Guimarães disse que o golpe parlamentar – realizado com apoio da mídia e de setores da elite – promoveu uma das maiores tragédia do País. “Cometeram a maior violência na nossa democracia quando uma maioria parlamentar resolveu interditar injustamente a presidenta eleita Dilma Rousseff”, criticou.

Guimarães destacou as qualidades da presidenta Dilma, “uma mulher corajosa que tem história e legado, que dedicou toda a sua vida a cuidar dos que mais precisavam”.  Segundo Guimarães, o ódio ao PT levou os golpistas a articular um impeachment injusto. “Hoje, estão pagando o preço dessa tragédia que eles cometeram contra a democracia brasileira”, afirmou.

“Produziram esse monstro que aí está. Tudo começou com um golpe que foi dado contra Dilma e a democracia. É por isso que o Brasil hoje se arrepende e reconhece a honestidade e a força de Dilma. Produziu-se e monstro que tem sacrificado os mais elementares direitos do povo trabalhador, incluindo o congelamento do salário mínimo”, completou Guimarães.

Deputado José Guimarães (PT-CE) – Foto: Gustavo Bezerra

Golpe misógino

A deputada e ex-secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário avalia que o golpe contra a presidenta Dilma – com características misóginas -, foi na verdade um movimento contra o povo e a nação brasileira. Para ela, os retrocessos que a direita e a extrema-direita impuseram ao País neste período não são restritos.

“A crise econômica gerada pelo atual governo, que não inspira confiança nem da população e nem de investidores, penaliza sobretudo os mais pobres, que após anos de melhoria na qualidade de vida, nos governos Lula e Dilma sofrem com o desemprego e a fome, carecem de meios básicos de sobrevivência e são prejudicados pela absurda alta dos preços, como os do gás de cozinha e a luz”, disse Rosário.

De acordo com a deputada gaúcha, nos campos da educação, economia, direitos sociais, cultura, direitos humanos e das mulheres, por exemplo, “há paralisia e retrocesso”. Segundo ela, os retrocessos compõem um quadro diametralmente oposto ao que era nos governos legítimos, populares e democráticos do PT. “Em nossos governos, jamais teria uma crise humanitária como a atual”, observou a parlamentar.

Deputada Maria do Rosário – Foto: Gustavo Bezerra

Bolsonaro, o demolidor do futuro

As faces do golpe são vistas em todas as áreas em que se exige a presença do Estado. As gestões do golpista Michel Temer (MDB) e, na sequência, a de Bolsonaro, são marcadas por retrocessos na saúde, educação, meio ambiente, perdas de direitos trabalhistas e previdenciários e ataques à democracia, à soberania nacional e à liberdade de imprensa.

Em 2 anos e 8 meses de governo, Jair Bolsonaro cumpriu uma única promessa de campanha: destruir tudo que foi feito nos governos anteriores. Além de destruidor de políticas públicas e sociais, o governo atual apresentou à população brasileira projetos sórdidos que vilipendiam conquistas históricas dos trabalhadores. O autodenominado “mito” se desmascarou com declarações polêmicas, atitudes persecutórias contra adversários e é alvo de processos e acusações graves sobre prática de corrupção, envolvendo tanto ele como familiares.

 Brasil de luto

A imagem de incompetência amplificou com o caos na saúde pública brasileira agravado pela pandemia do novo coronavírus. Desde o início, Bolsonaro agiu com negacionismo, desprezo e descaso no combate à crise sanitária provocada pela Covid-19. Isso levou o País a quebrar recorde em número de casos e vidas perdidas para a Covid e a ser declarado Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos epicentros da Covid-19 no mundo.

Dados do Conselho Nacional de Saúde, revelam que o Brasil registrou a triste marca de quase 580 mil mortos pela Covid em 29 de agosto, e 20,7 milhões de casos da doença. O fracasso do Brasil na proteção da vida de sua população não é maior graças ao Sistema Único de Saúde (SUS) que, apesar de Bolsonaro, consegue assistir 70% dos brasileiros.

Para a deputada Maria do Rosário, o Brasil atual vive uma grave crise com muitas facetas. “A pandemia acentuou os problemas produzidos pela preparação do golpe e a interrupção de um projeto de crescimento do país, a partir de 2016. Como em um efeito cascata, a má condução das políticas para conter a pandemia terá deixado ao seu final, resultados catastróficos que vão se refletir nas gerações futuras de brasileiros e brasileiras, incluindo a orfandade”, anunciou a parlamentar.

Educação

Na educação, o cenário não é diferente do retrato catastrófico da saúde. A prova que o governo Bolsonaro é inimigo número 1 da Educação está no corte orçamentário que ele promoveu na pasta. O Ministério da Educação teve R$ 2,7 bilhões bloqueados, o equivalente a 30% do total bloqueado, que corresponde a R$ 9,2 bilhões. E teve R$ 2,2 bilhões vetados. Ao todo, quase R$ 5 bilhões a menos.

Os números que revelam os profundos cortes em vários setores da educação e da ciência e tecnologia. Além disso, o ensino superior teve redução orçamentária de 37% e o ensino profissional de 64%. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), instituição responsável pela concessão de bolsas para pós-graduação e pesquisa, teve seu orçamento reduzido em 62%. Já o ministério da Ciência e Tecnologia com cortes de 51%, o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) de 42% e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT) teve o orçamento reduzido em 72%.

Ministro elitista

Nesses 30 meses de governo, já passaram três ministros pela pasta da Educação: Ricardo Vélez Rodriguez, Abraham Weintraub e o atual, o pastor Milton Ribeiro, que, em recente audiência na Câmara dos Deputados, mostrou o lado elitista do governo ao afirmar que a “universidade deveria, na verdade, ser para poucos”.

O ministro Milton Ribeiro com essa frase revela a face perversa do governo Bolsonaro em relação às universidades públicas. No orçamento, Bolsonaro promoveu o corte de R$ 1 bilhão e o bloqueio de verbas para as universidades federais. Essa redução R$ 1 bilhão atinge as 69 universidades federais, 18% a menos na comparação com o ano passado em verbas discricionárias – usadas para pagar contas como as de luz e limpeza. Além disso, houve bloqueio de 13,8% das verbas, o que deixa 4,3 bilhões para as instituições, metade do que tinham cinco anos atrás.

Deputada Professora Rosa Neide – Foto: Lula Marques

De acordo com dados apresentados pela deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), os cortes de 2021 no MEC e no MCTI comprometem a concessão de bolsas de estudos e pesquisas em ciência e tecnologia. Segundo a parlamentar, no ensino básico, convênios entre o MEC e estados e municípios para a retomada de programas como o Caminho da Escola, voltado à compra de ônibus para o transporte escolar; o Proinfância para construção de Centros de Educação Infantil nos municípios, entre outros, continuarão paralisados.

“Qual programa o Ministério da Educação (MEC) apresentou até agora para minimizar os impactos da pandemia no ensino-aprendizagem dos estudantes? Qual programa nacional de ensino remoto o MEC apresentou? Qual protocolo nacional de volta segura às aulas, o MEC como coordenador constitucional da Educação no País apresentou? Nenhum. E a resposta desse governo é mais cortes na educação pública e na Ciência e Tecnologia”, questionou Rosa Neide em recente artigo.

Fome

Dados contidos no recente relatório da ONG Oxfam revela que o governo Bolsonaro é o culpado pelo vírus da fome que voltou a assombrar o Brasil. De acordo com o levantamento, até o fim do ano 11 pessoas podem morrer de fome por minuto no mundo.

Esse cenário está ilustrado no documento, intitulado “O Vírus da Fome se Multiplica”, que aponta que a causa da mortandade que se vislumbra está ligada à cenários de conflitos armados, aos efeitos da crise climática e aos impactos da pandemia. Segundo o relatório, o Brasil está entre os focos emergentes de fome, ao lado da Índia e da África do Sul.

O relatório da Oxfam diz que o número de pessoas vivendo em situação de fome estrutural aumentou cinco vezes desde o início da pandemia, chegando a mais de 520 mil. E mais 20 milhões de pessoas foram empurradas em 2021 a níveis extremos de insegurança alimentar. Com isso, o total é de 155 milhões em 55 países.

A fome voltou ao Brasil

No Brasil, há quase 20 milhões de pessoas passando fome, segundo dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, da pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan). E a extrema pobreza quase triplicou, passando de 4,5% da população para 12,8%.

Segundo o estudo da Oxfam, o auxílio emergencial instituído pelo governo foi garantido para 38 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade. No entanto, deixou milhões de pessoas sem nenhuma renda mínima.

Privatização

A sanha entreguista do governo de Jair Bolsonaro mira nas dezenas de estatais e subsidiárias.  Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, pretendem vender as principais empresas brasileiras até o fim do mandato.

Até o momento, a situação das privatizações no País está assim: São 12 processos concluídos de privatizações que iniciaram no governo Michel Temer em 2016, sendo 7 desestatizações totais e 5 desinvestimentos. Atualmente, no governo Bolsonaro, estão em andamento 38 processos de reestruturação de ativos: sendo 15 voltados para a desestatização total e 23 de desinvestimento parcial nas empresas.

Encontra-se em tramitação, no Senado, depois de aprovada pela Câmara, a privatização dos Correios (PL 591/21) – a estratégica Eletrobras, a maior empresa de geração de energia elétrica da América Latina, já foi aprovada. Também estão na mira privatista do governo a Caixa, o Banco do Brasil, dentre estatais. A Petrobras vem sendo fatiada, com ativos estratégicos sendo entregues a preço de banana a grupos estrangeiros.

Em relação à Petrobras, está em andamento, o plano de desinvestimento de ativos da empresa. Entre as refinarias pretendidas encontram-se: Refinaria Abreu e Lima; Unidade de Industrialização do Xisto; Refinaria Landulpho Alves (RLAM); Refinaria Gabriel Passos (Regap); Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar); Refinaria Alberto Pasqualini (Refap); Refinaria Isaac Sabbá (Reman); Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor). A justificativa apresentada pelo presidente da Petrobras foi que a companhia decidiu vender oito refinarias, entre outros ativos, para gerar caixa e diminuir a sua dívida.

Manifestação em frente ao STF – Foto Lula Marques

Ainda há esperança

Apesar de todo o quadro catastrófico que dados estatísticos demonstram fartamente, no período pós-golpe, a deputada Maria do Rosário conclui que “há esperança”.

De acordo com Rosário, o verbo esperançar está enraizado na maioria do povo brasileiro e dentro do Parlamento. “O PT e a oposição seguem firmes. A luta popular pela recuperação dos direitos políticos do ex-presidente Lula conquistou resultados. A população acorda, se opõe ao genocídio e à pobreza impostas por Bolsonaro e cada vez mais exige seu impeachment”, reconheceu a deputada

“É hora de derrotar o terrível pesadelo de golpes e retrocessos que teimam em nos fustigar, e retomar aquele Brasil que se desenvolvia, sem esquecer de seu povo”, finalizou Maria do Rosário.

 

Benildes Rodrigues, com agências

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex