“Não é preciso ler a matéria da Revista Época desta semana para entender o recado da capa. É uma chantagem da família Marinho contra Lula e sua família. Mais ou menos assim: se você for candidato, nós vamos usar a Lava Jato e os nossos jornalistas pistoleiros para perseguir seus filhos, noras, netos e bisnetos; não vamos deixar dona Marisa descansar em paz”, diz o jornalista Ricardo Amaral; “A Globo não perdoa Lula por ter sido o melhor presidente do Brasil de todos os tempos, por ter incluído o povo brasileiro na economia e no processo político como protagonista”, diz o texto assinado pelo jornalista Ricardo Amaral.
Leia a íntegra:
“Não é preciso ler a matéria da Revista Época desta semana para entender o recado da capa. É uma chantagem da família Marinho contra Lula e sua família. Mais ou menos assim: se você for candidato, nós vamos usar a Lava Jato e os nossos jornalistas pistoleiros para perseguir seus filhos, noras, netos e bisnetos; não vamos deixar dona Marisa descansar em paz.
A Globo não perdoa Lula por ter sido o melhor presidente do Brasil de todos os tempos, por ter incluído o povo brasileiro na economia e no processo político como protagonista.
Estão desesperados, porque não há provas contra Lula na sentença de Moro e porque o povo quer Lula de volta. A possibilidade legal de Lula ser candidato, independentemente do resultado do julgamento de quarta-feira, não estava no roteiro. Os golpistas foram surpreendidos, quem diria?, pela lei eleitoral.
Provavelmente não contavam, tampouco, com a força política que Lula demonstra, nas caravanas, nos atos públicos, nas pesquisas eleitorais. Mas Lula e o PT não estavam mortos? Não tinham sido sepultados pelas manchetes, junto com os escombros da Constituição e da Justiça no golpe do impeachment?
A chantagem da Época não deixa de ser um reconhecimento da realidade: Lula está vivo no coração do povo brasileiro, será candidato e a Globo não conseguiu inventar um adversário à altura do desafio de enfrentá-lo nas urnas. Por isso recorrem novamente a investigações ilegais contra a família Lula.
Não vão parar com a perseguição enquanto Lula estiver no caminho ou até que o Brasil reconquiste a plena democracia. E por plenitude entenda-se a democratização dos meios de comunicação, rompendo o monopólio e garantindo o acesso de todos à informação. Liberdade de expressão é um direito coletivo, não pode continuar sendo um privilégio de poucos”.
(Site Brasil 247)