Em declaração dura, presidenta do PT critica desmonte de instituições ambientais sob Bolsonaro e defende ações firmes do governo Lula contra incêndios criminosos; confira vídeo
As queimadas que têm devastado o Brasil foram o foco de uma declaração contundente de Gleisi Hoffmann nesta semana. A presidenta do PT apontou o dedo diretamente para o governo anterior, acusando-o da explosão do desmatamento e pela onda de incêndios que assola o país. “Bolsonaro é o maior responsável pela explosão das queimadas, do desmatamento e pelo desmonte das nossas leis e defesas contra desastres climáticos”, disse.
A presidenta do PT destacou as ações do governo Lula em prol do meio ambiente e lembrou que a gestão petista está lutando com todos seus recursos para reverter os danos causados, mas enfrenta resistência organizada. “Só no primeiro ano de governo o desmatamento caiu mais de 20%, mas tem gente que não se conforma com isso”, afirmou, ressaltando que as queimadas, em muitos casos, são criminosas e motivadas por interesses privados.
Leia mais: AGU anuncia tolerância zero contra crimes ambientais
Gleisi destacou o desmantelamento promovido pelo ex-presidente, que cortou mais da metade das verbas do Ibama e do ICMBio, reduzindo drasticamente a capacidade de fiscalização e controle ambiental. Ela mencionou também Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, que sugeriu “passar a boiada” na legislação em plena pandemia, aproveitando a distração da sociedade com a pandemia.
Leia mais: Efeito Lula: desmatamento na Amazônia Legal é o menor em 10 anos
“Vai pegar fogo”
No último domingo (15), um incêndio atingiu o Parque Nacional de Brasília, nas proximidades da Granja do Torto, residência oficial do presidente Lula. Gleisi relacionou a escolha do alvo com o momento político e a proximidade da COP30, a conferência da ONU sobre o clima, que acontecerá em Belém, em 2025. “Não dá pra ignorar que o cartaz convocando a manifestação antidemocrática de 7 de setembro dizia exatamente isso: ‘vai pegar fogo’, aquilo foi uma premonição ou um chamado?”, questionou. “Afinal, quem comandou a invasão dos Três Poderes, quem tentou dar um golpe na democracia, é capaz de qualquer coisa para impor sua política”.
Leia mais: Marina: “Se o governo não tivesse se preparado, situação ambiental seria incontrolável”
A presidenta do PT salientou que a recuperação das instituições é um dos pilares da resposta do governo Lula à crise. A reconstrução do Ibama, ICMBio e INPE está em andamento, e o governo tem convocado governadores, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal para ações coordenadas. De agora em diante, “é preciso investigar a fundo, julgar e punir os responsáveis pelo terrorismo ambiental (…) Não vamos permitir que botem fogo no Brasil outra vez”, encerrou Gleisi Hoffmann.
Confira a íntegra da declaração de Gleisi Hoffmann
“Nesta terça o presidente Lula anunciou um conjunto de ações para combater as queimadas que estão assolando o país.
Ele também convocou uma reunião com os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo, porque esta é uma emergência que exige ações coordenadas.
Como deveria ter acontecido na pandemia, por exemplo, mas ali o Brasil não tinha um presidente de verdade. Tinha um negacionista no Planalto.
Bolsonaro é o maior responsável pela explosão das queimadas, do desmatamento e pelo desmonte das nossas leis e defesas contra desastres climáticos.
Ele cortou mais da metade das verbas do IBAMA e ICMBIO e se vangloriava de não ter feito concurso para novos servidores.
Chegou a dizer que “quanto menos dessa gente por aí, melhor para todos”.
E quando o ministro da destruição do meio ambiente falou em passar a boiada na legislação ambiental, enquanto as atenções estavam na COVID, lembram?
O resultado foi a revogação de mais de 5 mil normas de proteção ambiental.
Bolsonaro confessou lá na Arábia que tinha potencializado as queimadas porque era contra as políticas de proteção da Amazônia.
Teve a cara de pau de dizer que a floresta não queima, porque é úmida.
No desgoverno dele, o desmatamento na Amazônia bateu recorde de 60%. Mas ele dizia que era “só fogueirinha de São João”.
Ele incentivou o garimpo ilegal e a invasão de terras indígenas, que mais do que dobraram, enquanto as multas caíram pela metade.
Agora o Brasil pergunta: quem está botando fogo no país?
Porque esta situação não é apenas o resultado do desmonte bolsonarista que o governo do presidente Lula está enfrentando.
Só no primeiro ano de governo o desmatamento caiu mais de 20%.
Mas tem gente que não se conforma com isso.
A Polícia Federal já abriu 52 inquéritos para investigar incêndios criminosos. Terroristas ambientais, como disse a ministra Marina.
Eles fizeram isso em 2019, o Dia do Fogo, ateando 15 mil focos de incêndio simultâneos no Pará, para apoiar a política de destruição ambiental de Bolsonaro.
No último domingo, o alvo foi a Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República. Ali começou o incêndio do Parque Nacional de Brasília.
Por que escolheram esse alvo? E por que estão incendiando o Brasil às vésperas da reunião da COP30 que vai acontecer em Belém?
Não dá pra ignorar que o cartaz convocando a manifestação antidemocrática de 7 de setembro dizia exatamente isso: “vai pegar fogo”.
Aquilo foi uma premonição ou um chamado?
Afinal, quem comandou a invasão dos Três Poderes, quem tentou dar um golpe na democracia, é capaz de qualquer coisa para impor sua política.
É preciso investigar a fundo, julgar e punir os responsáveis pelo terrorismo ambiental.
E é preciso apoiar as ações do governo Lula, que está recuperando o IBAMA, o ICMBIO, o INPE. Está convocando os governadores, o Congresso e o Supremo a atuar juntos, para enfrentar, reconstruir e prevenir.
Não vamos permitir que botem fogo no Brasil outra vez.”
PT Nacional