Conciliar a luta pela própria liberdade com a defesa do povo brasileiro não é algo inédito na vida do ex-presidente Lula. Foi assim quando foi preso injustamente pela ditadura militar em 1980; tem sido assim desde que a fase mais nefasta do judiciário nacional o levou ao cárcere político em 2018.
Mas a própria história se encarrega de justificar de onde vem tanta força para seguir adiante: primeiro pelo Brasil, depois por si mesmo. “Lula está com a consciência dos justos e com a certeza de que, cedo ou tarde, a justiça sempre acaba sendo feita (…) A liberdade de Lula vai dar ainda mais força ao povo e também muito mais desafios à militância”, avisou a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que esteve com o ex-presidente nesta quinta-feira (7) ao lado de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, e de João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST.
A visita tripla, que ocorrera no exato momento em que o STF decidia sobre a questão da prisão em segunda instância, poderia ter deixado Lula desatento às demais pautas debatidas no momento em todo o País – novos retrocessos, entrega do patrimônio nacional (pré-sal), destruição de direitos e do meio ambiente. Quando se trata de Lula, no entanto, defender a soberania nacional será sempre a prioridade.
“Lula deixou claro que a primeira coisa que fará ao sair daqui será um grande pronunciamento à nação para pensar no futuro do país, da América Latina e na luta contra o neoliberalismo que está destruindo o país”, reiterou Rodrigues.
O coordenador do MST admitiu que viu Lula com certa ansiedade sobre o julgamento no STF que pode resultar em sua liberdade ao pedir que usassem o tempo da visita para falar apenas do Brasil. Rodrigues, no entanto, admitiu ele mesmo estar ansioso com a questão: “Saio dessa visita acreditando ser a última, mas independentemente disso Lula seguirá forte como sempre foi. E ainda mandou eu avisar o MST que, quando sair, será mais de esquerda do que quando entrou”.
Okamotto, por sua vez, tratou de alertar a todos que, seja lá qual for o resultado no Supremo, a mobilização seguirá ininterrupta. “Nós temos esperança que o STF julgue a questão de segunda instância que precisam ter direito de ser julgado decentemente. Se não acontecer agora, seguiremos aqui firme e forte na luta pela liberdade”, declarou.
A expectativa sobre o julgamento, prosseguiu Gleisi, não é apenas em relação a Lula. “É em relação ao Brasil. Nós queremos que Lula saia com os plenos direitos e que se respeite a Constituição. Vamos continuar lutando por isso: pela anulação do processo contra Lula e pela condenação de Sergio Moro por ter cumprido papel tão indecente de deixar um homem inocente preso e ajudar a eleger um presidente que está acabando com o Brasil”.
Da Agência PT de Notícias