A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o governo Lula criou as condições favoráveis para que, em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha um crescimento ainda maior do que a alta de 2,9% registrada no ano passado. Ela citou, por exemplo, as políticas de geração de emprego e renda, que aumentam o consumo das famílias e contribuem para o aquecimento da economia. Gleisi falou sobre o assunto na terça-feira (5), durante entrevista ao jornalista Leandro Demori, no programa “Dando a Real”, da TV Brasil.
“Eu acho que, em 2024, a gente tem tudo para retomar esse crescimento, para ter um crescimento maior que 2023. Aí vai depender tanto da arrecadação, e também vai depender dos programas sociais, dos projetos que são importantes. Por exemplo, o aumento real do salário mínimo, a desoneração do imposto de renda [até dois salários mínimos], o Bolsa Família continuar como está, o Desenrola, que é um programa de renegociação de dívidas e bens, e os projetos sociais continuarem. Isso coloca dinheiro em circulação, isso melhora a economia, ajuda no emprego”, disse a presidenta do PT.
Gleisi destacou também iniciativas adotadas pelo governo que são importantes para a reforçar a arrecadação federal, como a taxação dos fundos dos super-ricos, das offshores e dos bens de luxo; a volta do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Federais (CARF) e a reforma tributária.
A deputada disse que, entre outras prioridades para 2024, está a segunda fase da reforma tributária, que deve incluir o envio ao Congresso do projeto de tributação da renda e do patrimônio.
Relação com evangélicos
Durante a entrevista, Gleisi também foi perguntada sobre como reduzir as resistências ao governo Lula entre os evangélicos. A parlamentar disse ser fundamental mostrar a essas pessoas, cuja maioria é de trabalhadores, a importância das ações do Estado para suas vidas e de suas famílias. Gleisi acrescentou ser igualmente necessário combater a avalanche de fake news disseminadas pela extrema-direita sobre o PT e o governo Lula, inclusive dentro das igrejas.
“Nós temos que mostrar para o povo evangélico os projetos e programas que nós fazemos. Para que serve o Estado brasileiro? Não dá pra tratar os evangélicos como uma categoria religiosa, tem que tratar como uma categoria social e dizer ‘esse governo aqui, que é o governo do presidente Lula, é o governo que dá acesso à renda, é o governo que dá acesso à saúde, é o governo que fez Farmácia Popular, é o governo que está reabilitando o Fies, é o governo que está fazendo os institutos federais, é o governo que está dando oportunidade pro seu filho estudar, crescer, trabalhar’”, disse Gleisi.
“Não é por ser evangélico ou deixar de ser evangélico, é porque esse é o papel do Estado brasileiro, e não é um governo que está disputando valores. Onde é que o PT implantou o aborto, onde é que o PT implantou o casamento homossexual? Os banheiros unissex, onde é que estão? A gente tem que combater a mentira, porque, como às vezes as pessoas têm dificuldade de acesso à informação, o que o pastor diz passa a ser verdade”, afirmou a deputada, que criticou os líderes religiosos que se aproveitam da “boa fé das pessoas para fazer isso”.
“Nós temos que respeitar a fé das pessoas, a religiosidade, seja qual for a religião. O Estado não pode entrar na direção disso, é errado. Já fez no passado, e a gente sabe onde acabou. Eu acho que nós temos que fazer uma disputa mais forte junto a essa população, mostrando os avanços que nós fazemos que atingem essas famílias, que a maioria dessas famílias é de trabalhadoras. Trabalhadoras, não é de gente rica, é de gente que labuta e que precisa do Estado brasileiro”, afirmou a presidenta do PT.
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