Gleisi lamenta “momento pífio do Parlamento” e reclama da conduta da mídia brasileira

 

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Indignação e desabafo marcaram o discurso da senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS), nesta terça-feira (30), em mais uma sessão da fase final do julgamento da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal. A senadora classificou de “pífio” o momento atual do Parlamento brasileiro. Para ela, dois fatos históricos recentes da política brasileira – a eleição de um operário para presidir o País, e a eleição da primeira presidente da República – explicam a perseguição da qual Dilma e Lula são vítimas.

“Esse encontro histórico de destinos entre os dois últimos presidentes do Brasil e que a história me deu a honra de vivenciar é, também, onde estão as raízes da poderosíssima campanha desencadeada contra eles”, lamentou Gleisi, lembrando ainda da misoginia que marca a oposição à presidenta. “Sentimentos machistas não suficientemente domados afloram e engrossam o coro contra Dilma. É mais uma frente do obscurantismo que se forma”, lamentou.

Ainda, considerou Gleisi as inúmeras vezes em que os opositores se dirigiram à presidenta Dilma de forma agressiva, deselegante, irônicas e, segundo ela, com cinismo. “Não teria sido diferente o comportamento da maioria se em vez de uma presidenta estivéssemos julgando um presidente? Como mulher, senadora e ex-ministra de Dilma, sou tentada a responder que sim, seria diferente”, indignou-se Gleisi.

Há, ainda, conforme lembrou a senadora petista, os avanços galopantes nas legislações e iniciativas de proteção e promoção à mulher brasileira. Segundo a senadora, as estruturas criadas no Governo Federal, particularmente por Dilma para esse fim, foram largamente reproduzidas pelos Estados e municípios brasileiros.

“Mesmo que não confessem, é claro que isso incomoda muita gente, e a tentativa de derrubada da Presidente tem esse ingrediente: mandar a mulher de volta para casa, de preferência para a cozinha”, alertou.
Mídia monopolista – Gleisi Hoffmann disse ainda que os golpistas utilizam da mídia monopolista (mais poderoso instrumento de propaganda) que burla a opinião pública, que frauda a verdade e a realidade. “Uns poucos órgãos de comunicação deformam o entendimento popular, corrompem a capacidade do brasileiro de discernir, envenenam mentes, disseminam ódio e rancor”, reprovou a ex-ministra da Casa Civil do governo da presidenta Dilma Rousseff.

“Acredito que, tirando-se os clássicos regimes de exceção, senador Requião, nada se compara com o que a mídia brasileira produz nos dias de hoje em termos de distorção, mentira, trapaça, escravização de opiniões”, denunciou.

Para a senadora, essa conduta da mídia brasileira terá um preço. “Isso, não por meu desejo, não por minha vontade ou pela ação de quem quer que seja, terá um preço porque essa submissão da opinião pública, essa ditadura dos meios de comunicação não dura para sempre, e o despertar do povo brasileiro pode representar um enorme pesadelo para quem a promoveu e instalou”, sentenciou.

Benildes Rodrigues

Foto: Divulgação

 

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