A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reuniu-se, na manhã desta terça-feira (8), com o presidentedo MDB, deputado Baleia Rossi, a fim de formalizar o convite para que o partido participe do processo de transição do governo. Ela também agradeceu o apoio e a presença da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno das eleições. O deputado José Guimarães (PT-CE) também esteve presente na reunião.
“Nós achamos muito importante termos os partidos formalmente, institucionalmente nesse processo. Nós gostaríamos muito que o MDB participasse desse conselho político do governo de transição para que a gente já discuta as questões programáticas, o que vem pela frente e as dificuldades que podemos ter”, destacou Gleisi.
Rossi agradeceu o convite e disse que irá conversar com todas as lideranças regionais do partido, mas que vê “espírito colaborativo” das lideranças do MDB. “Já tenho feitos conversas e tenho convicção que o MDB estará participando dessas discussões”. A decisão deve ser anunciada até quarta-feira (9).
Partidos políticos
Gleisi Hoffmann que estará à frente da equipe do conselho político do governo de transição, explicou que, nesta quarta-feira (9), o PT deve apresentar a formalização de 10 partidos políticos que estiveram juntos ao PT durante as eleições para a formação de um conselho político no processo de transição. Além disso, segundo a presidenta, serão 32 grupos de trabalho. “Durante a semana vamos divulgando e formalizando os nomes com responsabilidade, porque são vários grupos de trabalho”, pontuou Gleisi.
Transição
Ao responder perguntas dos jornalistas, a deputada explicou como funciona a transição de governo. “É um período em que a gente faz diagnóstico de governo e também elenca medidas emergenciais para se iniciar um governo. Nós precisamos saber o que está acontecendo no Estado brasileiro. O que foi desmontado, o que não foi desmontado. O que tem de contrato, o que tem de restos a pagar. Qual a situação que nós vamos receber o Estado brasileiro? esse é o papel da transição”.
Ela disse que os trabalhos devem começar nesta semana e que espera não encontrar dificuldades no fluxo de informações “para o bem do Brasil”. “O Brasil precisa de um processo de transição tranquilo. Espero que aquilo que o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, nos disse na reunião com Geraldo Alckmin, se cumpra. Que é a disposição do governo de colaborar. Esta semana vamos sentir isso na prática”, afirmou Gleisi Hoffmann.
Manifestações antidemocráticas
Ao finalizar a coletiva, Gleisi também comentou sobre as mobilizações antidemocráticas que vem acontecendo no Brasil. Ela cobrou que as instituições, como o Congresso Nacional e o judiciário, olhem de maneira firme para que esse movimento não se alastre e cobrou dos partidos políticos uma resposta “política” à altura.
“Não dá pra gente achar que isso é normal. As pessoas estarem na frente dos quarteis, as pessoas elevarem o tom, pedirem intervenção militar, ter pressão sobre isso. A questão das estradas se resolveu um pouco, mas ainda continua tendo gente fazendo movimento, o País não precisa disso”, criticou a parlamentar.
Ela reforçou que quem perdeu tem o direito de ser oposição, mas não de pedir um golpe de Estado. “Nós tivemos uma eleição que teve resultado, tem um vitorioso. A oposição tem o direito, o perdedor tem o direito de espernear, fazer oposição, mas não tem direito de chamar para um golpe, não tem o direito de querer fazer uma desestabilização do País”, assegurou Gleisi Hoffmann.
Lorena Vale
Veja a íntegra da coletiva: