Gleisi alerta que Câmara não pode compactuar com genocídio e cobra de Arthur Lira abertura de processo de impeachment

Deputada Gleisi Hoffmann - Foto - Michel Jesus- Câmara dos Deputados

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), exortou hoje (30) o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a abrir o processo de impeachment do genocida Jair Bolsonaro. Segundo ela, a Câmara vem sendo omissa diante dos diferentes crimes de Bolsonaro, e, “infelizmente, o presidente da Casa também”.

“Vossa Excelência (Lira) está chamando para si toda a responsabilidade de defender um governo criminoso. Partilhe com este Plenário, vamos ver quem tem a coragem de defender o que Bolsonaro está fazendo”, desafiou Gleisi, em discurso no plenário da Câmara.

“É muito importante que nós tenhamos noção da responsabilidade desta Casa, que não pode compactuar com genocida, porque, se compactuar, genocida será. Não há como se distanciar do crime”, alertou a presidenta do PT.

País à deriva

Ela lembrou que na tarde desta quarta-feira foi protocolado na Câmara o “superpedido” de impeachment de Bolsonaro, iniciativa qualificada por ela como histórica, pois a peça é pluripartidária, reunindo deputados que vão de legendas da esquerda, centro-esquerda à direita. A peça aglutina toda a longa lista de crimes cometidos por Bolsonaro desde que assumiu o cargo.

Segundo Gleisi, é fundamental a Câmara assumir a “responsabilidade que tem, que tire esse criminoso que está sentado na cadeira da Presidência da República”. Para ela, enquanto Bolsonaro estiver no cargo, o País ficará à deriva, já que ele é a “encarnação da crise”.

Registro para a História

A presidenta do PT frisou que o pedido de impeachment deve ser aberto por Lira para que a sociedade brasileira conheça a posição de cada um dos 513 deputados. “Pode ser que tenha gente que queira defender abertamente o genocida contra qualquer crime. Venha aqui e pague preço, porque vai ficar registrado para a história. O que nós não podemos é nos omitir”, sublinhou Gleisi.

“Que cada um se manifeste aqui para dizer de que lado que está, para dizer como que é fazer com que o Brasil saia dessa encalacrada”, desafiou Gleisi. Ela lembrou que o Brasil está atolado numa crise econômica, sanitária e social, com 14,5% de desemprego, sem vacinas para agilizar a vacinação e sem renda para as pessoas, num quadro em que o espectro da fome voltou a rondar o lar dos brasileiros.

Lista de crimes de Bolsonaro

Em sua opinião, o processo, uma vez aberto, servirá para que a sociedade saiba a natureza de cada crime cometido por Bolsonaro e a posição do conjunto de deputados sobre os atos criminosos do presidente da República.

O “superpedido” protocolado na Câmara, com um total de 271 páginas, unifica os mais de 120 pedidos de impeachment que já tinham sido apresentados e lista os crimes cometidos por Bolsonaro, que vão desde a compra e incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina, até o desrespeito às instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal e o estímulo, em atos públicos, à volta da ditadura militar ao Brasil.

Escândalos das vacinas

Conforme lembrou Gleisi, há também denúncias recentes de corrupção no contrato para a compra superfaturada da vacina indiana Covaxin e o suposto pedido de propina feito por integrante do Ministério da Saúde a uma empresa interessada em vender o imunizante Oxford/Astrazeneca.

Para ela, a compra das vacinas de forma criminosa é um escândalo, pois mostra que “a vida do povo foi trocada por dinheiro”. “Dificultaram a compra das vacinas, em vez de facilitar e agilizar” o processo, disse. Gleisi observou que ao ser informado por um funcionário do Ministério da Saúde sobre fraudes na compra da Covaxin, Bolsonaro não fez nada e resolveu, agora, acionar a Polícia Federal contra o denunciante.

Segundo ela, trata-se de prevaricação, com enquadramento claro na lei do impeachment, pois Bolsonaro não agiu para evitar que um subordinado cumprisse a lei. A deputada frisou que o superpedido de impeachment traz concretamente quais são os crimes de responsabilidade, “tudo desenhadinho”.

Ela lembrou que o povo brasileiro sabe que Bolsonaro é genocida, já que se tivesse havido a compra de vacinas a tempo e a colaboração do governo federal com os governos estaduais e prefeituras, milhares de mortes teriam sido evitadas. “Mas Bolsonaro fez tudo ao contrário”, disse a presidenta do PT.

Redação PT na Câmara

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