O deputado Givaldo Vieira (PT-ES) destacou, em plenário, as revelações que ele chamou de “grotescas e assustadoras”, do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
“O homem das propinas do PMDB, que desencadeou um conjunto de revelações que esclarecem as intenções do golpe que motivaram esta turma peemedebista a levar Michel Temer ilegalmente ao poder”, afirmou Givaldo. Ele acrescentou que esse mesmo esquema do PMDB afirma agora que Temer pediu propina para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.
“O Temer já havia sido alvo de dois delatores. Agora, um terceiro, de dentro do esquema, o denuncia de novo e de forma explícita e dizendo que houve o pagamento. E nós queremos ver como que os líderes dos partidos que ainda não indicaram os seus representantes para a tramitação, aqui nesta Casa, do processo de impeachment de Michel Temer vão se posicionar”, cobrou.
Givaldo Vieira lembrou que o pedido de impeachment de Temer se dá pelos mesmos motivos que levaram à votação que afastou a presidenta Dilma Rousseff da Presidência. “Não é possível que eles ainda vão continuar usando dois pesos e duas medidas, sem permitir que esta comissão tenha o seu andamento. Os motivos são os mesmos: Temer assinou os mesmos decretos que motivaram o afastamento da presidenta Dilma”, argumentou.
Na avaliação do deputado capixaba, toda esta situação agrava a crise. “O governo que aí está é um governo ilegítimo, um governo que consolidou a corrupção. Está estampado agora. São sete ministros envolvidos com a Lava-Jato”, reforçou. Givaldo lembrou que alguns ministros já caíram por envolvimento com a Lava-Jato, “e sempre há alguma crise ameaçando a queda desses vários ministros do governo temerário e golpista, que estão, na verdade, envolvidos com a corrupção e com os esquemas já denunciados”, acrescentou.
Ele se referiu à queda dos ministros – Romero Jucá (PMDB-RR), do Planejamento e Fabiano Silveira, Transparência, que tiveram de deixar os cargos após a divulgação de gravações feitas por Sérgio Machado revelando a articulação para tirar Dilma do governo e barrar a Lava-Jato.
Henrique Alves – Nesta quinta-feira (16), caiu o terceiro ministro do governo golpista.
O ministro interino do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), pediu demissão depois que, em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-presidente da Transpetro afirmou que repassou a Henrique Alves R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Os recursos eram entregues por meio de doações oficiais, mas eram provenientes, conforme o delator, de propina dos contratos da subsidiária da Petrobras.
De acordo com Sérgio Machado, a propina foi paga ao ministro do Turismo da seguinte forma: R$ 500 mil em 2014; R$ 250 mil, em 2012 e R$ 300 mil em 2008. Os valores foram repassados, segundo ele, pela Queiroz Galvão. Outros R$ 500 mil foram pagos em 2010 a Alves, pela Galvão Engenharia, de acordo com a delação.
“Então, nesse ambiente, não é possível ter uma condição de normalidade nesta Casa, porque não há normalidade no País. É preciso restabelecer a democracia e retornar a presidente Dilma, por direito, ao cargo de onde não deveria ter sido retirada”, defendeu Givaldo.
Vânia Rodrigues, com agência
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