Geração de empregos no País se recupera e cresce em março

carteiras empregoA geração de empregos com carteira assinada apresentou uma recuperação em março, interrompendo uma sequência de três meses em queda. Houve um saldo (diferença entre contratações e demissões) de 19.282 novos postos de trabalho no mês passado em todo o Brasil, um resultado superior às 13.117 vagas de saldo em março de 2014.

A estimativa do Ministério do Trabalho é que a tendência positiva continue em abril e ajude a reverter o número de 50.354 empregos a menos no primeiro trimestre de 2015. No mês passado, o saldo de vagas foi puxado pelo setor de serviços, sobretudo na área de ensino, e pelo desempenho econômico nas cidades do interior.

“É um sinal de que as medidas adotadas pelo governo estão no caminho certo. Acredito, inclusive, que nos próximos meses esse quadro será melhor ainda. Isso só demonstra o acerto da atuação do governo em promover os ajustes necessários, que vão contribuir não apenas para que os indicadores de emprego melhorem, mas também para promover melhorias nas condições econômicas e sociais do País”, avalia o deputado Vicentinho (PT-SP).

Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o Brasil está começando a se recuperar da crise. “No nosso entendimento, estamos vivendo uma crise política que também impacta a economia. Isso posterga a compra de um automóvel, de um apartamento, e o investidor deixa de investir”, afirmou Dias ao divulgar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “O que nos mostra o resultado de março é que nós começamos uma recuperação, e abril será melhor do que março”, acrescentou o ministro.

Serviços – As oportunidades de trabalho surgiram mais em serviços e no comércio, com um saldo mensal de 53.778 novas vagas e 2.684, respectivamente. O resultado nesses segmentos compensou as perdas que são mais sentidas na indústria de transformação (queda de 14.683 postos no mês) e na construção civil (18.205 a menos).

As regiões mais dinâmicas foram os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que tiveram saldos positivos. As perdas de empregos ocorreram no Norte e Nordeste. O estado que mais criou empregos no mês passado foi São Paulo, com 12.907 vagas. Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul (12.240) e Paraná (10.174). Conforme dados do ministério, as cidades do interior concentraram a geração de postos de trabalho: 22.517 em março. Por outro lado, as regiões metropolitanas tiveram saldo negativo de 2.595 vagas.

Jovens – Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o mercado de trabalho terá, em 2015, um ano de pressões com o nível de atividade mais fraco na economia e a maior procura por emprego pelos jovens e pessoas mais velhas. “Há uma tendência de retorno desses grupos de pessoas ao mercado, o que não ocorreu em anos recentes”, avaliou Clemente Ganz Lucio, diretor-técnico do Dieese.

De acordo com Lucio, a desvalorização do real frente ao dólar beneficia a indústria que pode estimular as exportações e assim estimular a geração de empregos. “Tudo depende de quanto vai durar o atual ajuste na economia. E o emprego industrial é muito importante para toda a economia”, afirmou o diretor.

Agências

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