O deputado José Genoino (PT-SP), vice-líder da bancada do PT, ressaltou hoje o compromisso histórico do PT com a democracia e rechaçou críticas da oposição e de parte da mídia de que o partido teria um viés autoritário. “Estranha-nos ver, notadamente no período pré-eleitoral, acusações da oposição e de setores que dizem que não temos compromisso com a liberdade de expressão. Pelo contrário. O PT é resultado da liberdade de expressão e um baluarte dessa liberdade ao procurarmos voz e vez na sociedade brasileira”, afirmou.
Genoino rebateu as especulações que têm sido difundidas, com base em interesses eleitoreiros e ideológicos, de que o Partido dos Trabalhadores estaria vinculado ao autoritarismo e a determinados países latino-americanos que seguem outro modelo de sociedade. “São interpretações preconceituosas de ideologias baratas, sem fundamentos”, observou.
Ele lembrou que o próprio PT teve uma posição muito clara em relação a uma visão do socialismo de Estado, do monolitismo partidário e da falta de liberdades políticas que marcaram a era do socialismo real. Mostrou que já em 1989, quando caiu o muro de Berlim, o PT criticava “os muros e os absolutismos”.
BENESSES- O petista revelou indignação com as críticas feitas por pessoas e instituições que no passado recente “faziam elogios ou participavam das benesses dos regimes autoritários”.
Ele frisou que o Governo Lula consolidou a democracia em todos os aspectos, como no pleno funcionamento das instituições democráticas, a relação com o Congresso Nacional e a transparência dos assuntos de governo.
Ele cutucou os demo-tucanos ao lembrar que no governo Lula não houve engavetador-geral da República, como no governo FHC, e ainda houve o fortalecimento da CGU ao nível de Ministério “para ter o seu papel de Controladoria-Geral da União, e não apenas para fazer maquiagem”, como ocorria antes.
“A nossa relação com o Poder Judiciário e com outros organismos do Estado, como a Polícia Federal, como a Receita Federal, como o Tribunal de Contas, foi republicana e transparente”, observou. Destacou igualmente a relação com a sociedade, com dezenas de conferências e a instituição do Conselho de Desenvolvimento, Econômico e Social.
INTEGRAÇÃO – Com as mudanças desde 2003, o Brasil passou a ter um papel protagonista na América do Sul, buscando mediações, realizando negociações e estabelecendo uma relação democrática com as várias experiências políticas que a nossa América Latina está vivendo, afirmou Genoino.
“Este avanço da democracia no Brasil é uma obra do nosso Governo, por isso que eu me revolto e fico indignado quando vejo insinuações de uma direita truculenta, conservadora e preconceituosa, que tenta associar o processo de consolidação da democracia no Governo Lula com alguma tendência autoritária, de absolutismo ou coisa do tipo. Não há um fato, uma nota, um gesto, porque o nosso compromisso radical com a democracia está no DNA do nascimento do PT, da liderança do Governo Lula e do próprio processo que nós, militantes políticos, vivemos nessa construção da luta democrática”.
No tocante à imprensa, Genoino disse que no governo Lula a relação é democrática e transparente. “Não há um fato, um ato, um gesto, uma medida do nosso Governo que tenha criado constrangimento para o exercício da liberdade de imprensa. Não ficamos telefonando para diretores de jornais e donos de jornais pedindo a cabeça deste ou daquele jornalista. Não ficamos nos intrometendo neste ou naquele conselho editorial”. O vice-líder do PT reparou, contudo, que há uma disputa com a mídia, que, no Brasil, cumpre, em alguns momentos, um papel de partido político.
Genoino frisou que o PT nasceu da luta democrática e ao mesmo tempo rompeu com uma visão elitista e conservadora da democracia brasileira, que “sempre buscou a solução por cima, o pacto das elites para mudar alguma coisa, para que nada mudasse”. O partido, ao empunhar bandeiras como direitos humanos e a campanha pelas diretas, sempre deixou claro seu compromisso ” cristalino e radical com a democracia. O PT nasceu, formou-se e organizou-se da essência, no DNA, da nossa construção democrática”, assinalou o vice-lider do PT.
Ele lembrou que o PT também colocou no centro da luta democrática o que já existia nos países da Europa desde o século XIX. Isto é, a instituição de direitos sociais econômicos; a luta por direitos sociais, econômicos; o apoio às lutas e às greves dos trabalhadores e dos movimentos populares; a contribuição para organizar as centrais sindicais, os movimentos populares.
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