Após 20 minutos de exposição aos membros da CPI que investiga as supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (Texas) pela Petrobras, nesta terça-feira (20), o ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli ainda respondeu a mais de 200 perguntas elaboradas pelos integrantes da comissão. Ele foi taxativo em afirmar que esse momento vivido pelo parlamento brasileiro em relação à Petrobras não passa de luta política para destruir a empresa.
“Uma empresa com o potencial da Petrobras não pode ser considerada empresa que está em crise, mal gerida ou que está à beira de falência. Isso é campanha da oposição. Isto é luta politica”, denunciou Gabrielli.
Ele lembrou que a Petrobras é uma empresa de 21 bilhões de barris de reserva de petróleo em suas contas. Segundo ele, a petrolífera vale hoje, no mercado internacional, US$ 90 bilhões. Ele explicou que esse montante, dividido por 20 bilhões de barris significa que cada barril vale 4,2 dólares por ano.
Questionado sobre qual interesse está por trás da campanha orquestrada para desestabilizar a estatal, Gabrielli disse que a descoberta do pré-sal e a forma de partilha estabelecida pelo Congresso Nacional movimentaram “especuladores” e “políticos” brasileiros interessados em destruir a empresa.
Ele lembrou revelação feita por Julian Assange, fundador do Wikileaks, que “mostram conversas entre políticos brasileiros e diplomatas americanos e que colocam de forma clara que a prioridade é desmontar a lei que garante a Petrobras como operadora única do pré-sal brasileiro”.
Em entrevista coletiva ao final do depoimento, Sérgio Gabrielli voltou a acusar setores da oposição de tentar destruir a Petrobras. Ele disse ainda que a inciativa da oposição em instaurar a CPI não passa de tentativa de criar um espetáculo.
“A oposição quer criar um espetáculo. Acho extremamente perigoso e condenável o comportamento da oposição. Ela está querendo destruir uma empresa sólida, bem administrada e com perspectiva de crescimento. Tentam dizer que a empresa está em uma crise, uma crise que não existe. Há muita ficção nessas ações”, alertou Gabrielli.
Benildes Rodrigues