Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara
Em depoimento à CPI da Petrobras nesta quinta-feira (12), o ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli falou sobre as denúncias de corrupção envolvendo os ex-gerentes da empresa, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco e alertou para o risco de “práticas individuais” comprometerem o setor de petróleo e gás e, consequentemente, a economia brasileira.
“Estamos vivendo um risco de, por comportamento criminal de algumas pessoas, condenar a economia brasileira a uma crise mais profunda. Condenar a geração de emprego e renda, condenar a estrutura de postos de trabalho associado a essa atividade”, alertou Gabrielli.
De acordo com o ex-presidente da Petrobras, o setor de petróleo e gás representa em torno de 10 a 15% de formação bruta de capital do Brasil, o que representa o principal setor de investimento do país. Ele sentenciou que “a paralisação desse setor pode significar um impacto sobre um milhão de postos de trabalho no Brasil”.
Em relação à conduta dos ex-diretores da petrolífera, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, réus confessos da Operação Lava Jato da Policia Federal, Sérgio Gabrielli disse que, com os procedimentos internos da Petrobras, estabelecidos a partir de regras definidas, não era possível perceber atos de corrupção.
“É impossível pensar que era possível, na Petrobras, no funcionamento normal da empresa, identificar esse comportamento. Tanto é que o senhor Barusco, por exemplo, confessa que faz isso há mais de 18 anos e não foi pego. É impossível”, reafirmou.
Ele disse também que ato de corrupção, de propina, ocorre na negociação quando algumas pessoas, criminalmente, se associam com fornecedores externamente à Petrobras. “É negociação externa à Petrobras. Entre esses agentes individuais que têm a fonte da confissão desses senhores”, afirmou Gabrielli.
Investigação interna – Gabrielli disse ainda que, por não ser possível identificar práticas ilícitas nos procedimentos internos à Petrobras, após a deleção premiada de Paulo Roberto feita à Justiça Federal, a Petrobras faz investigação paralela. Segundo ele, dezenas de investigadores de dois grandes escritórios mundiais contratados pela empresa estão acompanhando o caso. Gabrielli observou ainda que, apesar de tudo isso, um ano depois não se chegou à conclusão final sobre o assunto.
Benildes Rodrigues