G20: mulheres são as mais atingidas pelas mudanças climáticas

Primeira reunião presencial do Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres Foto: Audiovisual / G20-Brasil

Sob a presidência do Brasil, foi realizada entre os dias 13 e 14, em Brasília, a primeira reunião presencial do Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres, que integra o G20. Esta foi a segunda reunião técnica do grupo, que se reuniu virtualmente em janeiro.

Igualdade, autonomia e política de cuidados; enfrentamento à misoginia e às diversas formas de violência contra mulheres e meninas, e justiça climática com enfoque de gênero foram os temas debatidos pelas representações das delegações presentes. O encontro debateu a construção de estratégias para resolução de problemas que afetam as mulheres em todo o mundo. Além disso, a atividade foi uma ótima oportunidade para ouvir e trocar experiências na busca de consensos entre os países na esperança da construção de um plano de trabalho solidário com foco no empoderamento das mulheres.

A atividade contou com a participação da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e teve  apresentações de especialistas convidados para orientar o debate como Vinícius Pinheiro, diretor do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o Brasil; Cecília Alemany, diretora Regional Adjunta da ONU Mulheres; Maria Begoña Lasagaster, diretora da Igualdade de Gênero da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura  e Cecília Alemany, diretora Regional Adjunta da ONU Mulheres.

Mulheres são as mais atingidas pelas mudanças climáticas

Em virtude das enchentes que acometem o estado do Rio Grande do Sul, o tema das mudanças climáticas foi amplamente debatido, com destaque para a situação das mulheres e meninas gaúchas.

A cada episódio de eventos extremos do clima, fica mais evidente que as crises climáticas acentuam casos de violência contra a mulher e vulnerabilidade de gênero em escala mundial. O relatório “Justiça Climática Feminina: um modelo para ação”, publicado pela ONU Mulheres no último ano, indica impactos negativos nas condições econômica, social e de segurança alimentar de meninas e mulheres em territórios atingidos. Até 2050, prevê o documento, a mudança climática empurrará mais de 158 milhões de mulheres e meninas para a pobreza e levará mais de 236 milhões de mulheres à fome.

Durante o encontro do GT, Gonçalves reforçou que a degradação dos sistemas naturais do planeta tem efeito desproporcional sobre mulheres e meninas, exemplificando o contexto que ocorre no extremo sul do Brasil: “A justiça climática é uma urgência em todo o planeta e sabemos que as mulheres têm um papel central em sua construção. Somos as mais impactadas pelos desastres climáticos, ao mesmo tempo que somos protagonistas da preservação do meio ambiente”, observou Cida Gonçalves.

“A vulnerabilidade, as desigualdades e as diversas formas de violência que as mulheres sofrem no seu dia a dia acabam sendo ampliadas em situações como a que enfrentamos neste momento no sul do Brasil e nas diferentes crises climáticas que o planeta vem enfrentando”, pontuou a ministra.

Segundo Maria Helena Guarezi, secretária Executiva do Ministério das Mulheres e coordenadora da Reunião Técnica do GT, o mundo precisa reconhecer que não apenas mulheres e meninas são as principais afetadas pelas mudanças climáticas, como são elas as que possuem as melhores estratégias de mitigação e prevenção.

Para ela, é papel do GT atuar com o objetivo de garantir mais mulheres nos processos decisórios, seja sobre economia ou sobre clima: “Sem as mulheres, em toda a sua diversidade, nenhuma solução será completa ou potente. Existe entre os países-membros do G20 uma sinergia nesse entendimento”, resumiu.

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