Meta prioritária do presidente Lula na liderança do G20, o combate à fome é carro-chefe nas discussões para a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Para viabilizar ações no âmbito do fórum, Lula planeja criar um fundo anual de US$ 79 bilhões.
A iniciativa inédita foi objeto da primeira reunião da Força Tarefa, em Brasília, com integrantes do G20, sob a coordenação do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
“É inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de US$ 100 trilhões por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas. Estamos criando no G20 a Aliança Global Contra a Fome para impulsionar um conjunto de políticas públicas e mobilizar recursos para o financiamento dessas políticas. Cerca de 60 países, muitos deles na África, estão próximos da insolvência e destinam mais recursos para o pagamento da dívida externa do que para a educação ou para a saúde”, enfatizou Lula.
Para a obtenção dos recursos, o ministro Wellington Dias citou fundos contra mudanças climáticas como exemplo de proposta.
“O Brasil quer abrir esse diálogo. Na área ambiental já é assim: alguns países colocam dinheiro no fundo do clima, mas também tem empresas que colocam recursos. A gente vai ter que acertar como se dialoga com esses credores, empresários que têm investimentos em vários países”.
COMBATE À FOME | O governo brasileiro trabalha na construção da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza até a reunião da Cúpula do G20, que será realizada em novembro no Rio de Janeiro. Para isso, o Brasil e a União Africana atuarão juntos na preparação da iniciativa.
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— Empresa Brasil de Comunicação (@ebcnarede) February 24, 2024
Três linhas para financiamentos
O pacto global deve ter três linhas para financiamento, de acordo com a proposta do grupo técnico construída após os primeiros encontros. A primeira é um fundo de US$ 79 bilhões (R$ 393,48 bilhões) por ano, de acordo com uma projeção apresentada pelo Banco Mundial sobre o montante necessário para um esforço “potente” na área.
A segunda linha é a troca de dívidas por investimento, chamada debt swap, e a terceira, melhores condições de acesso a créditos e financiamento.
A ideia de formar a Aliança começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a presidência do G20, em Nova Delhi, na Índia, em novembro do ano passado. O grupo reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana.
A proposta em discussão é oferecer uma cesta de experiências exitosas de diversos países a outras nações que queiram adaptar e implementar estas políticas públicas em seus territórios.
Aporte de países ricos
Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pretende apresentar uma proposta de taxação global para os países mais ricos na reunião dos ministros das Finanças e chefes dos bancos centrais do G20. O Brasil também busca aportes privados para esse fundo.
As linhas de financiamento serão avaliadas pela Trilha de Finanças, responsável pelos debates econômicos, e pela Trilha de Sherpas, formada por emissários pessoais dos líderes dos países do G20, composto pelas 19 nações mais ricas do planeta e mais a União Europeia e a União Africana.
Ao todo, 54 delegações, além de fóruns e organismos internacionais, participaram das reuniões do grupo de trabalho sobre o assunto.
G20
O Grupo dos Vinte (G20) é o principal fórum de cooperação econômica internacional. Desempenha, com presidências rotativas anuais, um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais.
Inicialmente, o fórum concentrava-se principalmente em questões macroeconômicas gerais, mas expandiu sua agenda para incluir temas como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
O Brasil, na presidência do @g20org, lidera a criação de uma aliança global conta a fome e as desigualdades sociais.
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— Governo do Brasil (@govbr) February 22, 2024
Por PT Nacional