O novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, nomeado pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) após demissão de Pedro Parente, é mais do mesmo, denunciam os petroleiros.
Mesmo com a queda do principal responsável pela atual política de preços da Petrobras, que reajusta o preço do gás de cozinha e dos combustíveis diariamente para pagar os acionistas da empresa, nada parece ter mudado na estatal. O novo presidente, que ocupava o cargo de diretor Financeiro, já deu sinais de que a política de preços, principal reivindicação da categoria petroleira na greve deflagrada na última quarta-feira (30), continuará atrelada ao mercado internacional.
No último sábado (2), em seu primeiro dia sob comando da estatal, Monteiro aumentou em 2,25% o preço da gasolina nas refinarias. De um dia para o outro, os brasileiros e brasileiras, que demonstraram clara insatisfação com os reajustes diários nos preços dos combustíveis durante as greves dos caminhoneiros e petroleiros, viram a gasolina ficar R$ 0,04 centavos mais cara. Em um mês, o combustível acumula alta de 11,29%, ou seja, um aumento de R$ 0,20 por litro.
“O projeto de privatização da Petrobras está mantido, ignorando as reivindicações do povo, que é o acionista majoritário da empresa”, denunciou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em nota.
Para a FUP, se não alterar a política da estatal, o botijão de gás de cozinha, que teve a maior alta em 15 anos, poderá custar até R$ 100. “Valor fora da realidade da população brasileira”, criticou a entidade, lembrando que os aumentos sucessivos no valor do gás levaram 1,2 milhão de brasileiros voltar a cozinhar com lenha e carvão em 2017.
“Mudar a política de preços para uma que condiz com o real valor do petróleo, que é produzido e refinado no Brasil, além de mudar o atual governo, é urgente”, dizem os petroleiros, que não descartam nova greve.
Confira a nota da FUP na íntegra sobre a nomeação de Ivan Monteiro:
Empresário, banqueiro, executivo, bem relacionado com o mercado financeiro e internacional. Essas são as condições exigidas pelo atual Conselho de Administração da Petrobrás e MiShell Temer para o currículo de presidente golpista da empresa. Ivan Monteiro, o nomeado, cumpre o requisito entreguista.
Braço direito do Deus Mercado, Monteiro foi vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil entre 2009 e 2015. Antes de se tornar presidente interino da Petrobras, ocupava a diretoria financeira e era o responsável pelo programa de privatização da empresa, que tem como meta vender R$ 21 bilhões em ativos até o fim deste ano.
A luta dos petroleiros jogou luz sobre a crise instalada no país e mostrou que ela está diretamente ligada com a atual política de preços e a privatização do Sistema Petrobras. A greve dos petroleiros, dos trabalhadores caminhoneiros e a pressão da população fizeram com que Pedro Parente pedisse demissão.
Contudo, Monteiro, ao aceitar a nomeação, exigiu a não interferência do governo no seu plano de política de preço atrelada ao preço internacional do petróleo, mantendo o projeto de privatização da Petrobras e ignorando as reivindicações do povo, que é o acionista majoritário da empresa.
Em seu primeiro dia de reinado, aumentou em 2,25% o preço da gasolina nas refinarias. Em um mês, o combustível teve 11% de aumento, enquanto a inflação cresce 0,6%. Em dois anos de governo Temer, o gás de cozinha teve a maior alta em 15 anos. Se a política de preços da Petrobras continuar, um botijão de gás poderá chegar aos R$ 100,00. Valor fora da realidade da população. Os aumentos consecutivos levaram 1,2 milhão de brasileiros a voltar a cozinhar com lenha e carvão em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mudar a política de preços para uma que condiz com o real valor do petróleo, que é produzido e refinado no Brasil, além de mudar o atual governo, é urgente.
Se com duas categorias em greve o presidente da Petrobras pediu arrego, o que aconteceria com uma greve geral de todos os setores? Vamos tirar o Temer do poder. E, apesar de Ivan Monteiro ser mais do mesmo, o povo brasileiro está unido e seremos muito mais dos mesmos em defesa da Petrobras e do Brasil.
Redação CUT