A Frente Brasil Popular, organização que reúne lideranças políticas, entidades do movimento social e a sociedade civil organizada, emitiu a carta no domingo (1º) intitulada “Aos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil”.
O texto reafirma os interesses das forças que tramam o impedimento da presidenta Dilma Rousseff e querem também “arrochar salários, anular direitos trabalhistas, desidratar programas sociais, reduzir investimentos públicos, entregar o pré-sal para corporações estrangeiras, retomar a política de privatizações e defender o monopólio da terra”.
Além da carta, a Frente Brasil Popular organizará com o movimento de moradia e sindical uma paralisação geral no próximo dia 10 de maio para denunciar o golpe. A agenda conta com atividades nas capitais.
“A Frente Brasil Popular denunciará como usurpador e arbitrário qualquer governo, que porventura venha a assumir, forjado na ruptura da ordem constitucional diante do qual conclamarão todas as forças democráticas ao combate sem trégua”, diz a nota.
Confira a íntegra da carta
Aos Trabalhadores e Trabalhadoras
A Frente Brasil Popular, que reúne as principais organizações sociais, partidárias e de classe do povo brasileiro, que no último período estiveram na linha de frente do combate ao golpe da direita e o ajuste fiscal, saúda todos os trabalhadores e trabalhadoras neste decisivo primeiro de maio.
Estamos nas ruas e praças de todo o país para defender a democracia, repudiar o golpe parlamentar e resistir contra a ofensiva que ameaça seus direitos.
Os senhores da riqueza, da mídia e da corrupção, mais uma vez em nossa história atropelam a Constituição. Tramam o impedimento da presidenta Dilma Rousseff, violando a vontade das urnas, porque esse é o atalho que escolheram para impor sua agenda antipopular, antidemocrática e antinacional.
Seus interesses estão às claras: arrochar salários, anular direitos trabalhistas, desidratar programas sociais, reduzir investimentos públicos, entregar o pré-sal para corporações estrangeiras, retomar a política de privatizações e defender o monopólio da terra. Além disso, esta agenda levará necessariamente ao aprofundamento do racismo, do machismo e da LGBTfobia.
Não hesitarão na perseguição de seus objetivos, em criminalizar os movimentos populares, os partidos de esquerda e as lideranças progressistas, buscando interditar qualquer alternativa que se oponha ao bloco golpista.
O impeachment, sem qualquer delito de responsabilidade, é apenas o primeiro passo, se vitorioso, para esmagar conquistas de nossa gente e empurrar o país para o retrocesso.
Esta escalada restauradora rompe com a legalidade democrática. As oligarquias, incapazes de retornar à direção do Estado pelo voto popular, recorrem à fraude institucional.
Nossa resposta ao golpismo somente pode ser a continuidade, a ampliação e o aprofundamento da resistência cidadã, até que seja batida a conspiração para depor a presidenta legítima dos brasileiros e brasileiras.
A superação da crise política somente será favorável à classe trabalhadora se for construída nas ruas, para assegurarmos a soberania dos eleitores. Isso abrirá caminho para aprofundarmos as reformas estruturais em nosso país, historicamente demandadas pelo povo brasileiro.
As próximas batalhas no Senado serão decisivas para o futuro do país, no embate entre a Constituição e o golpismo, entre a legalidade e a usurpação.
Nesse dia histórico de todos os trabalhadores e trabalhadoras, a Frente Brasil Popular reafirma seu compromisso unitário de luta, chama o povo brasileiro, nesse momento dramático da nação, a cerrar fileiras em defesa de seus direitos e da democracia.
A Frente Brasil Popular denunciará como usurpador e arbitrário qualquer governo, que porventura venha a assumir, forjado na ruptura da ordem constitucional diante do qual conclamarão todas as forças democráticas ao combate sem trégua.
Frente Brasil Popular